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A deputada Luizianne Lins e o deputado Mauro Filho também se apresentaram com possíveis candidaturas ao Senado (Foto: Reprodução/CD) |
Da plêiade de cotados para o Senado no bloco governista, os mais recentes são Mauro Filho (PDT) e Luizianne Lins (PT), ambos deputados federais. Mas há outros na fila. A contar: os também deputados Eunício Oliveira (MDB), José Guimarães (PT) e Júnior Mano (PSB), o senador Cid Gomes (PSB), o presidente da Assembleia Romeu Aldigueri (PSB), o dirigente Chiquinho Feitosa (Republicanos) e, por fim, Chagas Vieira, braço-direito de Elmano de Freitas.
Há quem diga que essa profusão de nomes é indicativo de força da base. É possível, no entanto, que se dê também a leitura contrária, ou seja, o fato de que a cada dois ou três dias alguém se sinta à vontade para se lançar numa disputa majoritária signifique não uma fortaleza, mas um sinal de que o arco de sustentação tem fissuras que podem eventualmente se ampliar, seja por falta de habilidade nas costuras, seja porque alguns interesses são incompatíveis, seja porque não há cadeiras suficientes para todos.
Trunfo
e ponto fraco
Cada um desses quadros do governismo detém ao menos um ponto forte nesse BBB do Senado. Começando de trás para a frente pela ordem dos citados: de todos eles, Chagas é o mais próximo do ministro Camilo Santana, nisso residindo sua carta-curinga para um pleito que não é proporcional - logo, suas chances estariam mais nas mãos do padrinho do que nas próprias.
Chiquinho, além de chefiar uma legenda aliada importante, está na fila de espera já há uma eleição. Aldigueri é o comandante do Legislativo estadual, que se converteu em trampolim de candidatos a voos mais ambiciosos desde que Roberto Cláudio, José Sarto e Evandro Leitão foram catapultados da presidência à Prefeitura em sequência. Mano tem as credencias de Cid a apresentar - mais o sem número de prefeitos arregimentados Interior adentro, quer por simpatia ou por outras razões.
Guimarães
é politicamente o mais competitivo do grupo, combinando tanto influência
interna no PT quanto externa, pelos vínculos com Lula, de quem é líder na
Câmara. Eunício, por seu turno, teria o apoio apalavrado de Camilo, cujo
capital eleitoral no Ceará supera o de Lula e Elmano. Por fora, Luizianne e
Mauro podem se viabilizar na esteira de uma queda de braço fratricida, que
tende tanto a consagrar quanto inviabilizar alguns pretendentes.
A
base de Elmano
Para o governador, claro, interessa que essa gincana, muito parecida com aquela adotada pelo PDT cujos resultados não foram tão bem-sucedidos, não degenere em batalha doméstica, a ponto de comprometer a coesão da chapa numa eleição que se mostra desafiadora se se considerar que o cenário nacional é um fator mais volátil do que o local.
De
sorte que, a depender do desenho das nuvens para 2026, o chefe do Abolição pode
ter mais ou menos dificuldades para se reconduzir - o que sugere que não é
totalmente verdadeira a projeção de Elmano segundo a qual a oposição chegará
enfraquecida ano que vem, mas sobre isso eu falo amanhã.
Publicado originalmente no O Povo+
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