3 de março de 2025

"Ainda estou aqui" ganha o primeiro Oscar do Brasil: melhor filme internacional

O diretor brasileiro Walter Salles no palco durante o
97º Oscar Anual no Dolby Theatre (Foto: Kevin Winter)

Ainda estou aqui fez história e garantiu o primeiro Oscar da história do Brasil. O filme, dirigido por Walter Salles, ganhou o prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. O longa derrota Emília Peréz, Flow, A garota da Agulha e A semente do fruto sagrado.

O prêmio foi entregue pela atriz Penélope Cruz. Ao aceitar o trófeu, o diretor Walter Salles agradeceu as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro — que interpretaram Eunice Paiva. O filme ainda concorria a Melhor filme e Fernanda Torres concorreu a Melhor atriz.

Com campanha excepcional, o longa de Walter Salles somou mais de trinta prêmios, nacionais e internacionais, no decorrer na temporada. Ainda estou aqui conta a história de Eunice Paiva que precisa seguir e cuidar de sua família após o sumiço do marido, Rubens Paiva. A trama é baseada no livro de mesmo nome do autor Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens e Eunice.

Ao subir no palco para receber o prêmio de Melhor filme internacional, ovacionado de pé pelo teatro Dolby, Walter Salles fez questão de agradecer em nome de todo o cinema brasileiro. “Muito obrigado primeiro, pelo cinema brasileiro”, discursou o primeiro cineasta brasileiro a empunhar um Oscar.

O prêmio de Ainda estou aqui foi entregue pela atriz Penélope Cruz. O diretor brasileiro fez questão de dedicar a estatueta as mulheres que rondam a história desse filme e desse Oscar do Brasil. “Isso vai para uma mulher que após uma perda decidiu não se dobrar, isso vai para Eunice Paiva”, disse. “Esse vai para Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, complementou o diretor.

Internautas e celebridades comemoram vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar

Com o anúncio de Ainda Estou Aqui no Oscar 2025, as redes sociais foram tomadas por uma enxurrada de comentários celebrando o feito histórico. Fãs expressaram orgulho nacional e já demonstraram expectativa para a vitória de Fernanda Torres na categoria de Melhor Atriz. Um usuário comentou: "Já prepara o post de melhor atriz adm, já deixa no forno aí moço". Internautas ainda comemoraram como se fosse uma vitória do Brasil na Copa do Mundo. “Parece que ganhamos o Hexa”, alegrou-se.

A atriz Larissa Manoela também comemorou a vitória de filme nacional na premiação. Ela replicou nos stories do Instagram uma postagem do Portal Omelete que falava sobre a conquista na categoria com a legenda: "É o Brasil no topo".

Alguns internautas relacionaram, em suas publicações, a obra que trata da ditadura militar e a atual denúncia do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, pela Procuradoria Geral da República (PGR) sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. "Não é só um filme brasileiro, é uma crítica à ditadura militar em um momento em que o ex-presidente foi denunciado por uma tentativa de golpe de estado"

Antes de Ainda estou aqui, o último filme indicado a categoria de Melhor filme internacional foi Central do Brasil, em 1999. O país apareceu na premiação com O que é isso, companheiro? (1998) de Bruno Barreto, O quatrilho (1996) de Fábio Barreto e a primeira indicação foi com O pagador de promessas (1963) de Anselmo Duarte.

Publicado originalmente no Correio Braziliense

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