22 de março de 2025

A ideia de liberdade para Trump e os Bolsonaro, por Érico Firmo

Eduardo se evadiu por receio de ter passaporte apreendido e estaria insuflando medidas contra o Brasil (Foto: Zoltan Mathe)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) disse que não voltará ao Brasil e ficará nos Estados Unidos. Seja bem feliz. Ele e os apoiadores protestam contra autoritarismo de quem dizem ser vítimas no País. Apontam falta de liberdade de expressão e perseguição à oposição.

"Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem". Ele fala abertamente que irá aos Estados Unidos conspirar contra instituições do Estado brasileiro.

Os Estados Unidos, sob Donald Trump e Elon Musk, são apresentados como a terra do livre pensar. Quem vê até pensa.

Na semana passada, a Casa Branca expulsou o embaixador da África do Sul, Ebrahim Rasool, acusado de “odiar a América e Trump” e “explorar questões raciais”. Trata-se de um contundente crítico de Trump.

Nesta semana, um cientista francês que participaria de uma conferência foi detido e impedido de entrar nos Estados Unidos, depois que mensagens críticas a Trump foram encontradas na revista que fizeram nos aparelhos eletrônicos dele. Olha a que nível se chegou.

Brasileiros reclamam de censura contra pessoas que usam enorme alcance nas redes sociais para difundir mentiras capazes de provocar instabilidade institucional e para espalhar ódio. Mas, o cara encontrado com mensagens privadas de críticas ao presidente é proibido de entrar no país, e isso é liberdade.

Ainda na semana passada, Trump disse que as críticas a ele precisam ser consideradas ilegais. “Isso tem que parar. Tem que ser ilegal.” Não é uma beleza de expressão de liberdade, de abertura democrática, de livres pensar e se manifestar?

Diferente da ditadura brasileira, em que todo dia as redes sociais são inundadas de críticas escritas, em vídeo, de todo jeito a tudo quanto é governo. Mas o sujeito quer impulsionar conteúdos inverídicos com teorias mentirosas e fraudulentas, que vão além da crítica política e buscam minar instituições. Quando há punição, se insurgem. Espera para ver as críticas à postura de Trump. Puxa a cadeira.

Eduardo se evadiu por receio de ter passaporte apreendido. Ele esteve com autoridades dos Estados Unidos e estaria insuflando medidas contra o Brasil. É crime.

Nesta semana, à revista Oeste, Eduardo falou: “Trump está sabendo o que está acontecendo aqui e acho que a solução vai vir dos Estados Unidos para resgatar as nossas liberdades no Brasil”. Agora vai.

Publicado originalmente no O Povo+

Leia também:

Gleisi Hoffmann e as lições de misoginia


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.