27 de fevereiro de 2025

Nísia diz que deixa o Ministério da Saúde com "certeza de dever cumprido"

A ministra Nísia ainda agradeceu as homenagens recebidas (Foto: José Cruz)

Nísia Trindade usou as redes sociais, nesta quarta-feira (26/2), para agradecer e fazer balanço sobre a gestão à frente do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos. Ela reforçou que sabe que cumpriu com o dever e disse que o próximo ministro da pasta, Alexandre Padilha, saberá "dar continuidade e aprimorar o trabalho" feito até então.

"Encontrei o Ministério da Saúde desmontado e desacreditado. Ele perdera sua autoridade de coordenar o SUS após a terrível experiência das 700 mil mortes por Covid-19 na pandemia. Em nosso trabalho de reconstrução, encontramos mais de 4,5 mil UBS instaladas que aguardavam o credenciamento havia quatro anos, mais de 4 mil obras paralisadas, inúmeros leitos de UTI não cadastrados, entre tantas outras mazelas deixadas pela gestão passada", relembrou a ministra sobre o início do mandato, em 2023.

Entre os destaques da gestão, Nísia aponto para o avanço na vacinação infantil. "Na vacinação, revertemos a tendência de queda dos oito anos anteriores, ampliando a cobertura de 15 das 16 vacinas infantis, reconquistamos o certificado de país livre do sarampo e retiramos o Brasil da vergonhosa lista de países que menos vacinam suas crianças. Em 2025, reduzimos em mais de 60% o número de casos de dengue em comparação ao mesmo período do ano passado", descreveu.

A ministra, então, resumiu que deixa a pasta com "frutos que amadurecem". "Deixamos frutos que amadurecem: só nestes primeiros meses do ano, anunciamos o recorde histórico de cirurgias no SUS — 14 milhões — , a parceria com o Instituto Butantan para a vacina nacional contra a dengue, o Farmácia Popular 100% gratuito, a reestruturação dos hospitais federais, o investimento recorde em laboratórios públicos e a incorporação e produção da vacina contra a bronquiolite, uma das principais causas de infecções respiratórias graves, que irá proteger cerca de 2 milhões de bebês em seus primeiros meses de vida", comenta.

"Os frutos da saúde amadurecem com o tempo e a consistência. Certamente, o ministro Alexandre Padilha saberá dar continuidade e aprimorar esse trabalho com a competência que já demonstrou, renovando o plantio", acrescenta ainda Nísia, falando sobre o ministro a ser empossado na saúde no próximo dia 6.

Por fim, Nísia agradeceu as tantas homenagens que recebeu e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo cargo. "Agradeço às muitas manifestações de apoio de tantas pessoas que, em suas áreas, se dedicam a construir um país melhor. Agradeço ao presidente Lula pela oportunidade e à equipe do Ministério da Saúde pelo trabalho incansável. Reconstruímos porque avançamos, mesmo diante de imensos desafios", disse.

"Saio com a certeza de dever cumprido, como alguém que se dedicou e estudou o Brasil e suas desigualdades, e enfrentou tantos desafios, desde a presidência da Fiocruz, em uma oportunidade única de servir ao meu país e contribuir com a saúde da população e o fortalecimento do SUS", finalizou Nísia.

Nísia Trindade foi a primeira mulher a ocupar o cargo de chefia do Ministério da Saúde. Ela deixou o cargo na terça-feira, após reunião com Lula no Palácio do Planalto. O presidente deseja um nome mais político para assumir a pasta, que entrega resultados passíveis de reelege-lo. A decisão foi tomada em meio a resultados de avaliações do governo extremamente negativos.

Publicado originalmente no O Povo+

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