![]() |
A denúncia da PGR aponta Bolsonaro como pivô de uma organização criminosa da tentativa de Golpe de Estado (Foto: Wilton Júnior) |
É uma nota irônica que essa primeira manifestação de desimportância do ex-mandatário tenha recorrido ao que ele frequentemente se vê impedido de levar adiante, ou seja, de evacuar.
O fato é que, ao longo de suas quase 300 páginas, Paulo Gonet descreveu em minúcias uma tentativa de golpe de Estado que, se não logrou êxito, foi unicamente por razões alheias à vontade de Bolsonaro e de seu entorno, o que inclui parte do comando das Forças Armadas, preservadas pelo procurador-geral da República em seu relatório como parte do nosso pacto de acomodação.
Espécie de tutorial do crime, o documento, já encaminhado ao STF, expõe com riqueza de detalhes o passo a passo da trama golpista, situando-a cronológica e espacialmente, identificando o papel que cada um dos implicados na história teve e seus desdobramentos.
Há, portanto, um encadeamento lógico que remonta a 2021 e segue em 2022, operado por diferentes agentes políticos, civis e militares, que resulta no 8/1 de 2023, epicentro da energia social mobilizada pela falange que desembarcou em Brasília e logo se deu as mãos para levantar aqueles acampamentos terroristas - sob ouvidos moucos do Exército.
Pela
fartura de elementos, é difícil supor que Bolsonaro alcance sucesso em se
desembaraçar das acusações que pesam contra si. Daí que lideranças da oposição
já se tenham antecipado para discutir 2026: afinal, a insistência do ex-capitão
em se manter no páreo não pode atrapalhar o jogo eleitoral? Não devem gastar
muito tempo para chegar a uma resposta.
Publicado
originalmente no O Povo+
Leia
também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.