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15 de fevereiro de 2025

A construção de um caminho para o PDT, por Érico Firmo

Carlos Lupi e André Figueiredo articulam com pedetistas do Ceará (Foto: Fábio Lima)

O PDT está dividido no Ceará. Eu poderia ter usado esta mesma frase para abrir qualquer coluna nos últimos dois anos e meio. Principal dirigente nacional do partido, Carlos Lupi visitou Fortaleza para iniciar tratativas com objetivo de costurar uma posição mais ou menos comum. Boa sorte para ele.

Lupi começou a tarefa com um almoço leve e descontraído, sem formalidades ou deliberações. Foi o momento de distensionar para que os trabalhos comecem de fato. E aí a tensão surgirá. O primeiro passo foi bem recebido pelos participantes. Foi momento de leveza, algo que o PDT não conhece desde os primeiros meses de 2022, quando ainda realizava encontros nos municípios na esperança de ter uma candidatura a governador que unificasse a legenda.

Os próximos passos serão mais complicados. A grande questão será: o partido irá aderir à base de Evandro Leitão (PT) na Prefeitura de Fortaleza e de Elmano de Freitas (PT) no Governo do Estado? Não será fácil o entendimento. Posições estão muito estabelecidas.

Antes de Lupi se reunir com o partido, foi recebido pelo governador e pelo prefeito. André Figueiredo falou em parceria. Na Prefeitura, o partido já ocupa cargos importantes. André indicou Francisco Ibiapina para a Regional 7. O deputado federal Idilvan Alencar é secretário da Educação.

Do outro lado, Roberto Cláudio faz movimentos e articulações para unificar a oposição, ao lado de Capitão Wagner (União Brasil) e dos bolsonaristas. Há movimentos internos em posições antagônicas e a costura de convergência não será simples.

A posição de Roberto Cláudio é condizente com os recentes resultados das urnas. É a postura da maior parte das principais figuras públicas que permaneceram filiadas. Porém, o PDT cearense já quebrou bastante a cara e encolheu ao bancar as posições do grupo de Roberto Cláudio e Ciro Gomes nos últimos anos.

Lupi falou em convencimento e acima já desejei sorte a ele. Falou também que, uma vez definida posição, todos deverão seguir. É improvável que, se o partido decidir um lado, o outro siga na legenda.

A única definição

Pelos relatos do almoço, Lupi disse que a definição não virá do comando nacional, será tomada no Ceará, pela maioria. Numa coisa apenas ele bateu o pé: o PDT não irá apoiar a direita. Inclusive, criticou a postura de Roberto Cláudio no segundo turno de 2024. O movimento recente do ex-prefeito vai na mesma direção. Por outro lado, disse que o partido aceitará apoio se a direita quiser apoiar o PDT. Por exemplo, estar numa aliança com Roberto Cláudio candidato a governador, apoiado por PL e União Brasil. A questão é: com que roupa o PDT se apresenta para puxar a coligação de partidos hoje maiores e mais relevantes?

Reencontro

Na manhã de sexta, Lupi foi recebido pelo prefeito Evandro Leitão. Em 2022, os dois trocaram críticas privadas e públicas. O momento mais tenso foi quando Evandro, então presidente da Assembleia, desancou o presidente do partido num grupo de Whatsapp, quando Lupi cantarolou a preferência por Roberto como candidato a governador, quando a situação não estava definida.

Reaparecimento

O ex-prefeito José Sarto voltou à cena pública no almoço do PDT. Falou ao repórter Guilherme Gonsalves, defendeu que o partido seja oposição, mas pregou dar tempo para Evandro “mostrar a que veio”. E indicou que pode ser candidato a algo em 2026.

Publicado originalmente no portal O Povo +

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