Derrotado em Juazeiro, preterido na Alece, Fernando Santana deve ser secretário estadual ou municipal (Foto: Júnior Pio) |
No Estado, contudo, seu nome foi inicialmente testado em algumas áreas, sem sucesso. Em um dos cenários, por exemplo, o petista era alocado no Desenvolvimento Agrário, mas o atual titular, o também deputado Moisés Braz, resistiu a mudanças - o secretário chegou a ser cotado para participar da mesa da Alece, num arranjo que contemplava ainda Francisco de Assis Diniz (PT) na liderança. Esse desenho, contudo, encontrou dificuldades para avançar.
Guilherme
deve ser líder de Elmano
O
deputado estadual Guilherme Sampaio (PT) deve substituir Romeu Aldigueri (PDT)
na liderança do governo de Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa do
Ceará (Alece). Hoje integrando a equipe de transição do prefeito eleito Evandro
Leitão (PT), Guilherme comanda o PT em Fortaleza. Ex-secretário estadual da
Cultura na gestão anterior, é nome que foi se tornando mais próximo do grupo de
Evandro no processo interno petista do qual era um dos concorrentes diretos do
recém-filiado na briga para representar o partido nas eleições, retirando a
candidatura apenas na reta final.
Aldigueri, que foi eleito para chefiar a mesa-diretora do Legislativo, fica no posto enquanto se estende seu mandato. O pedetista - de saída da legenda com rumo anunciado para o PSB -, por sua vez, foi alçado para capitanear a Alece com a desistência de Fernando Santana (PT) após pressão do senador Cid Gomes (PSB). Em meio a tensões na base que se seguiram ao rompimento do ex-governador pessebista, Elmano articulou chapa alternativa, de modo a preservar a coesão do arco de partidos que lhe dão sustentação de olho em 2026, quando tentará a reeleição.
Reforma
e secretariado
A minirreforma do governo Elmano e o anúncio do secretariado de Evandro Leitão na Prefeitura de Fortaleza caminham lado a lado. Embora cada gestor trate de questões específicas e tenha autonomia para definir seu time de auxiliares, os processos decisórios andam simultaneamente, com as alterações do primeiro escalão do Abolição se refletindo nas do Palácio do Bispo.
Não
à toa, o timing da dupla de petistas deve coincidir ao fechar a configuração
das administrações. Como se sabe, a arquitetura do Executivo estadual é
referência e modelo para a do municipal, inclusive para facilitar o fluxo de
recursos e alinhamentos de programas/ações, reforçando o discurso de coesão do
bloco liderado por Camilo Santana, ex-governador e ministro da Educação.
Desafio
de Elmano
Elmano chega à metade do mandato com alguns desafios pela frente, entre os quais se encontra primordialmente certa dificuldade para fazer a máquina acelerar em setores-chave da governança. Do secretariado, cobra-se que tenha maior protagonismo na formulação e apresentação dos trabalhos, sem que o chefe tenha de correr ao ataque e cruzar para ele mesmo cabecear. Segundo avaliações mais reservadas, há acanhamento e mesmo ineficiência.
A
nova rodada de mudanças se deve em parte à sensação de que o petista dispõe de
pouco tempo para imprimir identidade própria a uma gestão que se seguiu à de um
governador popular. Três eixos constituem prioridade, a saber: segurança,
economia e saúde - a educação, estima-se, já vem sendo bem conduzida, sobretudo
por causa da ampla presença das políticas do MEC localmente, tal como o
Pé-de-Meia, até aqui principal vitrine dos governos petistas.
Publicado
originalmente no O Povo+
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