25 de dezembro de 2024

Desde 1865, família francesa perpetua negócios no Ceará

 O empresário Charles Boris na torre do prédio que a Família Boris mantém na Praia de Iracema, desde o século passado, onde os ancestrais franceses acompanhavam o vai e vem das embarcações (Foto: Aurélio Alves)

Uma família francesa que desembarcou no Ceará em 1865 e já se perpetua no Estado em sua quinta geração e em diferentes negócios. O sangue e suor da família Boris, a original, passaram por parte de grandes transformações do mundo nos últimos séculos.

Charles Boris, que nasceu em terra alencarina, é o quarto na linha do clã, e mescla raízes francesas com judaicas e cearenses ao ser empreendedor no ramo de Tecnologia da Informação (TI).

Diferentemente dos antepassados, que se destacaram no comércio, ele comanda uma empresa com foco, neste momento, em inteligência artificial, segurança de dados e armazenamento de informações em nuvens, entre outras inovações.

Charles Boris acredita que a educação tecnológica possa mudar o futuro e a realidade de muitos jovens brasileiros (Foto: Aurélio Alves)

Na verdade, nem o próprio Charles sabia no que ia dar, quando fundou a Lanlink, há 35 anos, com os colegas de faculdade de Ciência da Computação da Universidade Estadual do Ceará (Uece), incluindo Cristina, que veio a ser sua esposa; e os amigos Lourdes Sudário e Alexandre Mota.

Das reuniões na varanda da casa da mãe do Charles, Maria do Socorro, muito mudou na tecnologia. Modelos, tamanhos e pesos dos computadores, notebooks e afins ao próprio boom da internet nos anos 2000, que revolucionou a forma da sociedade se relacionar.

E vem mais coisas por aí, segundo o fundador da Lanlink, que acredita em uma nova revolução com a introdução da inteligência artificial nas relações pessoais e empresariais.

Porém, na vida do Charles o que não muda é a paixão pelas suas origens e seus valores. Herdou dos antepassados o espírito de desbravar novos caminhos.

Lá atrás, seus parentes mudaram a relação do Ceará com a Europa e introduziram a importação de produtos de gêneros e moda francesa na sociedade de Fortaleza, Sobral e Aracati.

E, depois, a exportação de artigos locais como o algodão, semente de oiticica, café e outros itens, tudo a partir de um dos primeiros prédios construídos na Praia de Iracema, atual sede da Lanlink.

Na construção, que preserva piso e escadaria originais, há uma torre onde os antepassados da família Boris checavam o vai e vem das embarcações. Hoje, o espaço serve para contemplar a paisagem da nova Fortaleza.

A escadaria do prédio da sede da empresa de Charles Boris, assim como o piso, é original da década de 1860 (Foto: Aurélio Alves)

Além dos registros materiais históricos que guarda, Charles traz consigo o forte vínculo de família, que aprendeu com os pais e vivenciou com as irmãs gêmeas, Roberta e Alexandra. A herança foi repassada à esposa e aos três filhos Georges, Natália e François, juntamente com valores como trabalho, integridade e educação.

Profissionalmente, os três seguiram caminhos distintos dos pais, mas compartilham do gosto por tecnologia e os seus benefícios e utilizam dos aprendizados tecnológicos durante as reuniões familiares em suas próprias carreiras. Confira detalhes do bate-papo com o fundador e presidente do grupo Lanlink, Charles Boris.

O empresário Charles Boris, faz parte da terceira temporada do projeto "Legados: A tradição familiar como pilar dos negócios" e concedeu entrevista para o jornal O Povo.

Publicado originalmente no O Povo+

Clique aqui e leia a entrevista do empresário Charles Boris ao jornal O Povo.

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Fazenda Serra Verde, a França Livre dos Boris

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