O secretário da Fazenda do Ceará, Fabrízio Gomes, comemorou o resultado, mas não considerou que fosse uma surpresa (Foto: Bárbara Barbosa)
O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará fechou o terceiro trimestre com avanço de 6,67%, ante igual período do ano passado. O indicador ficou acima da média nacional (4%). Para o ano, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) projeta alta de 5,57%.
Essa é a quarta revisão do ano e coloca o Ceará acima da previsão do PIB nacional, de 3,3%, para 2024. Se confirmado, este será o melhor desempenho da economia cearense da série histórica atual, iniciada em 2010.
No ano passado, a alta foi de2,42%. Ou seja, as projeções doIpece indicam que haverá crescimento em cima de uma basetambém positiva. Como ocorreu também nos anos de 2013 e2014, quando o indicador cresceu5,06% e 4,18%, respectivamente.
Esses são os resultados históricos mais relevantes dos últimos anos - desconsiderando aalta de 4,76% de 2021, já que eleé precedido de uma forte quedade 5,72% em 2020.
No 3º trimestre, todos os setores cresceram. Alta de 18,56%na agropecuária, seguido pela indústria (12,48%) e serviços (4,2%).A comparação é feita com igualperíodo do ano passado.
O desempenho foi comemorado pelo governador Elmano de Freitas (PT) nas redes sociais. “Esses resultados demonstram que estamos no caminho certo para o crescimento e o desenvolvimento do nosso Estado, sempre com o objetivo de gerar mais emprego e renda e melhorar a qualidade de vida da nossa população”, afirmou.
Neste mesmo período, o desempenho do Ceará foi superior a das principais economias nordestinas, Bahia e Pernambuco - que cresceram no 3º trimestre 3,6% e 4,9%, respectivamente. Já a maior economia do País, São Paulo registrou alta de 4%.
"É possível que tenhamos um arrefecimento no último trimestre de 2024 pela alta base de comparação do igual período do ano passado, mas iremos divulgar em março. Para 2025, partir de 2,5% em cima do crescimento de 2024 já é um crescimento considerável e significativo", afirma Alfredo Pessoa, diretor geral do Ipece.
Vale lembrar que a primeira perspectiva para o PIB cearense, ainda em dezembro de 2023, era de 1,91%, passando para 2,31% em março; de 3,16% na revisão de junho e de 4,41% na estimativa de setembro. Em todas as estimativas, os índices esperados também superaram o nacional, de 1,50%; 1,78%; 2,08%; e de 2,96%, respectivamente.
Nos últimos 12 meses, a alta do PIB no Estado foi de 6,41%, enquanto a do Brasil foi de 3,1%.
O secretário da Fazenda do Ceará, Fabrízio Gomes, comemorou o resultado, mas não considerou que fosse uma surpresa. “A arrecadação é uma prévia do PIB, porque o crescimento dela reflete o da indústria, por exemplo”.
“As contas ajustadas também são importantes, porque geram segurança para o investidor, que vê que os relatórios fiscais e orçamentários estão sendo publicados de forma transparente”, acrescentou.
Para chegar ao resultado, desta vez, o Ipece adequou cálculo à metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir do novo Censo 2021 e deve revelar os grandes setores, sem destrinchar as atividades para não causar distorções. Até então, os dados eram calculados conforme o Censo de 2010.
Ainda assim, os analistas Ipece trouxeram análises sobre os principais fatores para o desempenho dos setores econômicos. No primeiro caso, da indústria, o principal fator para a alta é a consolidação do processo de retomada do setor e o grande avanço percentual se deve à baixa base de comparação. Os principais segmentos industriais que contribuíram para a alta no período foram os de calçados, vestuário e têxtil, além do setor de produção de ferro e aço. Outro avanço positivo em demanda e geração de empregos foi captado pela construção civil.
No caso do agropecuária, setor com o maior aumento percentual no trimestre, o desempenho se deveu principalmente pelo avanço da agricultura. A analista do Ipece para o setor agropecuário, Cristina Lima, enfatiza que as principais culturas são as de milho e feijão, que geram um efeito positivo nas comunidades locais e abrangem todo Estado.
A gestão de recursos hídricos do Ceará também proporciona avanços importantes na produção de frutas, além do desenvolvimento da produção pecuária, com destaque para os segmentos de criação de suínos, de aves e ovos e de produção de leite, além do setor de psicultura e carcinicultura.
Já o setor de serviços, que inclui o comércio, segue sendo o de maior peso para a economia cearense, com praticamente 75% de importância para o total do PIB do Ceará. No trimestre, o avanço de 13 das 14 atividades do comércio contribuíram para o contínuo aumento do setor.
Alexsandre Lira, analista do Ipece, a redução do custo do crédito e a queda da inflação geraram impulso no consumo, aliado ao nível de empregabilidade. O consumo foi além dos alimentos, gerando resultados positivos em outros segmentos. As vendas do varejo acumularam alta de 7% no trimestre. Outras atividades econômicas do serviço também se destacaram, como o de alojamento, transportes, correios, artes, cultura e lazer.
Publicado originalmente no O Povo+
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