Fortaleza foi a capital brasileira com o menor índice de eleitores ausentes (Foto: Reprodução/TSE) |
Nas eleições de 2022, o Ceará registrou a terceira menor taxa de abstenção, com 17,46%, o que significa que nas eleições deste ano, até o momento, o eleitorado está mais engajado na decisão municipal.
Entre os dez estados com menores índices de abstenção, oito são do Nordeste e dois são do Norte. O Piauí aparece logo atrás do Ceará, com 14,78% de abstenção. Paraíba (15,42%), Tocantins (16,45%) e Rio Grande do Norte (16,54%) fecham a lista dos cinco primeiros
O Rio de Janeiro apresentou a maior abstenção do país, de 26,24%. Na sequência aparecem no pódio de menor comparecimento Rondônia (25,88%) e São Paulo (25,33%).
Sobre a média nacional da abstenção nas eleições deste ano, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, avaliou que a taxa ainda é alta. "Nós tivemos índice de abstenção que continua sendo alto para os nossos padrões", comentou em coletiva de imprensa na noite de domingo para balanço sobre a eleição.
Quanto a Fortaleza, a capital cearense registrou um avanço inédito na diminuição da abstenção no 1º turno das eleições municipais de 2024, tornando-se a capital brasileira com o menor índice de eleitores ausentes: 15,52%, conforme o TSE. Há quatro anos, essa porcentagem superou os 21%, dado que também pode ser explicado pelo fato do pleito ter sido realizado no primeiro ano da pandemia de covid-19.
Apesar da queda, os números poderiam ser ainda menores se os candidatos fossem diferentes. De acordo com pesquisa Datafolha, contratada pelo O POVO, é possível identificar os motivos e traçar o perfil dos eleitores que se abstiveram do pleito realizado em 6 de outubro. As razões para a ausência dos fortalezenses nas urnas são variadas, incluindo aqueles que estavam fora da Cidade no dia do primeiro turno, os que estavam trabalhando, os que precisavam cuidar dos filhos ou os que estavam doentes.
O que chamou a atenção na pesquisa, no entanto, foi o fato de que 23% dos eleitores apontaram a falta de interesse pelos candidatos, pela eleição ou até mesmo a ausência de um candidato de sua preferência como a principal razão para não votarem. Esse percentual revela que, embora a presença nas urnas tenha aumentado de 2020 para 2024, a motivação política não acompanhou o mesmo ritmo.
O desinteresse pela eleição foi um fator decisivo, especialmente entre os homens. De acordo com os dados do Datafolha, 32% dos eleitores que alegaram sua ausência no 1º turno são do gênero masculino. Esse comportamento contrasta com o grupo feminino, onde apenas 9% das mulheres mencionaram essa mesma razão, evidenciando uma diferença de percepção entre os gêneros em relação ao cenário político atual.
Além do desinteresse, outras razões, como viagens, obrigações de trabalho e problemas de saúde, influenciaram a decisão de muitos eleitores de não comparecer às urnas. De acordo com o Datafolha, 30% dos entrevistados alegaram que estavam viajando ou fora de Fortaleza no dia 6 de outubro.
Dos
eleitores que não puderam comparecer às urnas no dia 6 de outubro por estarem
em viagem, o perfil delineado pelo Datafolha revela que 46% são mulheres, a
maioria (56%) está na faixa etária de 25 a 34 anos, 60% possuem ensino superior
e 50% têm uma renda mensal de 2 a 5 salários mínimos.
Confira taxa de abstenção dos outros estados, de menor para maior:
Ceará: 14,21%
Piauí: 14,78%
Paraíba: 15,42%
Tocantins: 16,45%
Rio Grande do Norte: 16,54%
Sergipe: 16,97%
Maranhão: 17,05%
Bahia: 17,09%
Pará: 17,32%
Pernambuco: 17,53%
Roraima: 18,12%
Amazonas: 18,36%
Alagoas: 19,87%
Amapá: 20,49%
Acre: 20,94%
Santa Catarina: 21,71%
Paraná: 22,96%
Minas Gerais: 23,03%
Goiás: 23,39%
Espírito Santo: 23,47%
Rio Grande do Sul: 23,69%
Mato Grosso do Sul: 23,89%
Mato Grosso: 24,32%
São Paulo: 25,33%
Rondônia: 25,88%
Rio de Janeiro: 26,24%
Com
informações portal O Povo +
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