21 de outubro de 2024

A nacionalização da eleição em Fortaleza, por João Paulo Biage

Evandro Leitão e André Fernandes em sabatinas do O Povo (Fotos: Fábio Lima e Júlio Caesar)

Eu já perdi as contas de quantas vezes fui perguntado por colegas de Brasília de outros veículos jornalísticos sobre as eleições em Fortaleza. "João, quando sai a próxima pesquisa Datafolha?", "Estão empatados em todas, né?!", e por aí vai. O interesse é gigante por causa da nacionalização do pleito, e não só por envolver PL e PT, partidos de Jair Bolsonaro e Lula, ou por haver um deputado federal na disputa.

As eleições em Fortaleza conseguiram mexer com a base do Governo Federal, influenciar, ainda mais, na implosão de um partido e colocar mais tempero na já conturbada sucessão a Arthur Lira, na Câmara dos Deputados. Vamos por partes…

Em âmbito nacional, PDT e União são Evandro

É inegável que a rivalidade entre PDT e PT tenha afetado as relações entre os partidos, mas só em âmbito regional. Nacionalmente, a relação até sofreu um pequeno abalo, mas segue forte. Os presidentes do PDT, André Figueiredo e Carlos Lupi (presidente de honra), deram apoio público a Evandro Leitão.

Houve intervenção por parte do Palácio do Planalto, que questionou o PDT Nacional pela dissidência municipal, mas o abalo interno foi mais forte. Todos os deputados federais do partido são pró-Evandro e pressionaram Lupi por um posicionamento mais incisivo contra o PL. Uma possível vitória de André Fernandes com intervenção incisiva de Roberto Cláudio, José Sarto e Ciro Gomes vai esfacelar, ainda mais, a sigla.

No União Brasil, divisão na bancada cearense. Danilo Forte e Dayany do Capitão apoiam André Fernandes, enquanto Moses Rodrigues e Fernanda Pessoa estão com Evandro Leitão. Junto à Executiva Nacional, os 'evandristas' ganharam um reforço no apoio: o candidato à presidência da Câmara dos Deputados e líder do partido na casa, Elmar Nascimento.

"Não há uma eleição no Brasil que esteja mais nacionalizada que a eleição de Fortaleza e procuramos nos colocar do lado certo da história. Aqui, estão disputando a democracia e a extrema direita e não temos dúvidas de que lado ficar. Fortaleza não pode ser laboratório da inexperiência", afirmou Elmar, numa clara sinalização à base governista, parcela da Câmara que ele precisa para se tornar presidente da Casa Baixa.

Desavisado, Elmar não usou o uniforme

O líder valorizou os convites feitos por Fernanda e Moses, mas falhou no dress code. Todo mundo sabe que o uniforme político do Ceará é o branco-Camilo, que figurou não só em Camilo Santana na última semana. Moses Rodrigues, Domingos Neto, Luiz Gastão e Evandro também estavam vestidos assim. A vestimenta é seguida até mesmo pela oposição: foi assim que Carmelo Neto, presidente do PL, apareceu no O POVO News desta semana.

Até mesmo o outro visitante, Antônio Britto, estava uniformizado, certamente avisado por Domingos e Gastão, que são do PSD, como ele. Britto está unido a Elmar na busca por viabilidade pela presidência da Câmara.

A ver se os baianos conseguem desequilibrar a tão equilibrada eleição de Fortaleza que, jornalisticamente, tem sido emocionante de cobrir.

Com informações portal O Povo +

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