4 de agosto de 2024

PT, União Brasil e Novo homologam candidaturas na Capital

Evandro Leitão, Capitão Wagner e Eduardo Girão tiveram seus nomes oficializados ontem (Foto: Reprodução/OPovo+)

Um deputado estadual, um deputado federal e um senador tiverem seus nomes oficializados como candidatos a prefeito de Fortaleza. Evandro Leitão (PT), Capitão Wagner (União) e Eduardo Girão (Novo) tiveram suas candidaturas homologadas ontem (03/08) e disputarão o paço municipal contra o deputado federal André Fernandes (PL).

Acompanhe a cobertura do Jornal no Povo das três convenções;

Camilo e Elmano lançam candidatura de Evandro Leitão em ato com Lula e marcado por ataques a Sarto

Lula com Evandro na Convenção do PT em Fortaleza (Foto: Fabio Lima)

Dois maiores líderes do PT no Ceará, o ministro Camilo Santana (Educação) e o governador Elmano de Freitas comandaram ontem convenção que lançou Evandro Leitão (PT) à Prefeitura de Fortaleza. O ato, que contou com presença do presidente Lula (PT), teve a gestão de José Sarto (PDT) como alvo claro da maioria dos discursos.

De olho em um "flash" nos holofotes ao lado de Lula, militantes e dezenas de candidatos a prefeituras e Câmaras Municipais de todo o Ceará disputavam espaço no ginásio do Centro de Formação Olímpica (CFO), que recebeu, segundo o PT, oito mil pessoas. Evandro chegou junto com Camilo e Elmano, os três carregados no meio da multidão.

Apesar da ampla base de apoio do petista - que reúne PT, PSD, PCdoB, PV, PSB, MDB, Republicanos e Progressistas - cartazes principais do evento destacavam apenas as estrelas do dia, com Lula, os três líderes cearenses e a frase "Juntos, Fortaleza Pode Muito Mais". Como era de se esperar, a chance de alinhamento de gestões petistas na Prefeitura, Estado e Presidência deu o tom de diversos discursos.

"Quero que você tenha a oportunidade de ser prefeito com governador amigo e com presidente amigo (...) quando precisar de qualquer coisa, me ligue", disse Lula, que puxou Evandro à frente do palco. "Vocês vão eleger o melhor prefeito que Fortaleza já teve", disse ainda à militância. Governada pelo PT duas vezes, Fortaleza foi a única capital do Brasil onde Lula participou do lançamento de um candidato petista neste ano.

"Esta cidade merece mais, esta cidade pode mais", continuou o presidente, que acabou "poupando" a gestão do prefeito José Sarto (PDT), filiado a partido que integra sua base no Congresso, de menções diretas. A linha do presidente, no entanto, não foi seguida pelos outros líderes, que fizeram duras críticas à gestão do PDT na Capital.

"Nós temos uma cidade suja, uma cidade imunda, temos uma cidade mal iluminada", disse Evandro, que se comprometeu a extinguir a Taxa do Lixo criada na gestão Sarto e de melhorar situação da saúde pública e da desigualdade na Capital. "Vamos unir forças", disse o candidato ao lado de sua vice, deputada estadual Gabriella Aguiar (PSD).

"Nós vamos superar uma fase que tem gente mais preocupada em fazer briga política que em fazer benefício para o povo de Fortaleza", disse Elmano, em referência indireta aos diversos embates travados entre Governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza desde o rompimento entre PT e PDT em 2022.

Um dos objetos mais recorrentes da briga, o financiamento do Instituto José Frota (IJF), maior hospital público de Fortaleza, também foi citado por Camilo no ato. Rebatendo tese de Sarto de que o Estado não ajudaria no financiamento do equipamento, Camilo destacou investimento de R$ 72 milhões ao ano feito pelos cofres estaduais.

"Quem custeia o IJF 2 (anexo do hospital inaugurado em 2020) é o Estado. Quando fui governador, coloquei 50% dos recursos para construir o novo IJF. E sabe quem está custeando o novo IJF para funcionar? O Governo do Estado do Ceará, com R$ 72 milhões por ano. Eu mesmo assinei o contrato na época", afirmou Camilo.

Após a fala, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) emitiu nota rebatendo a fala: "O IFJ custou R$ 771,8 milhões em 2023. Os repasses do Governo do Estado somaram R$ 72 milhões e representam somente 9,3% do total. Sendo que metade dos pacientes atendidos pelo hospital são oriundos do interior do Ceará".

Wagner anuncia vice e critica "indicados pelos poderosos"

Capitão Wagner na Convenção do União Brasil em Fortaleza (Foto: Matheus Souza)

Com suspense a la "chá de relevação", Capitão Wagner (União Brasil) anunciou Edilene Pessoa como candidata a vice, em chapa para disputar a Prefeitura de Fortaleza. Edilene é nutricionista, conselheira tutelar e integrante da igreja Assembleia de Deus.

"Vocês estão surpresos? Sim, né? Pois é. Eu também", disse a candidata a vice ao discursar. Ao O POVO, Edilene Pessoa destacou que vinha se articulando para concorrer a uma vaga de vereadora quando recebeu o convite para integrar a chapa.

As candidaturas foram oficializadas na manhã de ontem. A convenção do União Brasil ocorreu no colégio Tiradentes, na avenida Duque de Caxias, Centro. O local foi escolhido porque Wagner foi professor de cursinhos preparatórios para concursos.

Capitão Wagner disse respeitar as candidaturas de Eduardo Girão (Novo), a quem chamou de amigo, e de André Fernandes (PL), nomes que dividem o campo da direita. Ele disse ver legitimidade na tentativa de reeleição de José Sarto (PDT) e na campanha do PT que lançou Evandro Leitão. No entanto, exaltou sua própria campanha: "A mais madura".

O candidato disse respeitar as intenções de outros nomes que o apoiou no passado. Para ele, Girão "tem todo direito" de concorrer à prefeitura e Fernandes está "no maior partido do país". Em sua visão, Sarto tem "legitimidade" para concorrer à reeleição. Ele apontou também respeitar a indicação do PT, que oficializou também neste sábado, 3, Evandro como candidato.

Quanto ao apoio de padrinhos políticos, Wagner disse que "Fortaleza se cansou de votar em candidatos indicados pelos poderosos. Quando a gente vê, por exemplo, o Governo do Estado se unir com uma série de partidos e atropelar uma candidatura legítima com uma da Luizianne Lins (PT), quando a gente vê o Governo do Estado se juntar com uma série de partidos e atropelar uma candidatura legítima como a do Célio Studart (PSD), eu acho que eles estão esquecendo de combinar com o povo", afirmou.

Caso eleito, ele destacou que vai buscar diálogo com o Governo Federal e Estadual. "A nossa mensagem é de mudar e mudar com responsabilidade, com austeridade, com capacidade de dialogar com o Governo Federal e com o Governo do Estado", ressaltou.

"No dia 1º de Janeiro, eu estarei no Palácio da Abolição pedindo ao governador ajuda, cobrando que ele faça parte dele, até porque ele é governador de todo o Estado do Ceará e não governador só dos municípios que os prefeitos são aliados", destacou ainda.

Personalidades do União Brasil compareceram em peso na convenção de Wagner. O coordenador da campanha, o deputado Danilo Forte (União Brasil) fez forte discurso em apoio ao candidato. "É a hora e a vez do Wagner na Prefeitura de Fortaleza", afirmou. E seguiu: "Nós não confiamos no prefeito que está aí. O Sarto (atual prefeito, filiado ao PDT) só fez criar taxa e aumentar a arrecadação em detrimento da qualidade de vida das pessoas".

O ex-governador Lúcio Alcântara destacou a trajetória do candidato e ressaltou o fato de ele ter tido a maior votação na Capital em 2022. "Nosso povo de Fortaleza é mais livre, é mais independente, é menos sujeito ao poder do dia".

Roberto Pessoa também subiu no palco e elogiou o desempenho de Wagner à frente da secretária de Saúde. "Eu quero agradeceu em público pelo empenho que você teve e a melhoria da saúde. Sempre digo que Maracanaú vai ser a menos ruim do Estado do Ceará", afirmou.

Girão fala em "guerra espiritual" e diz que, eleito, buscará Elmano de Freitas

Eduardo Girão na Convenção do Novo em Fortaleza  (Foto: Matheus Souza)

A convenção que oficializou a candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) à Prefeitura de Fortaleza contou com ares religiosos, com menção do parlamentar à uma "guerra espiritual", mas com um tom ameno em relação a adversários. O pré-candidato chegou a dizer que, caso eleito, o governador Elmano de Freitas (PT) será o primeiro procurado para uma conversa.

O evento oficializou a chapa de Girão e da vice, Silvana Bezerra (Novo) e ocorreu na manhã deste sábado, 3, no Hotel Mareiro, Beira Mar. Outros nomes da sigla, como o deputado federal Marcel van Hattem (Novo) estavam presentes. Figurões do partido como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema e o ex-deputado Deltan Dallagnol enviaram vídeos com mensagens de apoio.

Ao contrário dos aliados, o tom de Girão foi ameno em todo o evento. Em coletiva antes do início, o senador cearense frisou um diálogo que manterá caso seja eleito prefeito. Citou nominalmente apenas os candidatos Capitão Wagner (União) e André Fernandes (PL) e, no âmbito de críticas, comentou apenas de uma gestão "incompetente em Fortaleza" e uma briga política "saturada" entre adversários.

"Nos 184 municípios do Estado, todos, independente se é do PT, se é do PL, nós mandamos emendas. O povo não tem culpa dessa briga política e nem quer mais. Saturou. Brigar ou politicar, todo mundo está vendo, as máscaras estão caindo", disse.

Girão ainda afirmou que o governador Elmano será o primeiro a ser procurado por ele, caso assuma o executivo fortalezense. Também comentou de Lula, presente em Fortaleza, para lançamento da candidatura de Evandro Leitão (PT), que ocorria naquele exato momento.

"Vamos trabalhar diuturnamente, com diálogo, seja com o governador de Estado, que é a primeira pessoa que vamos procurar. Diálogo com o presidente da República, que coincidentemente está hoje aqui no Ceará, no lançamento de outra candidatura. Mas vamos estar dialogando, buscando o melhor para Fortaleza", disse o senador.

Comentários do candidato vão em contraste a posições de Girão no Senado e nas redes sociais, onde defende pautas de forma incisiva. Caso notório ocorreu na Casa Alta, quando o parlamentar levou uma contadora de histórias para encenar um aborto.

Sobre esta diferença nas declarações de hoje e no Senado, Girão disse: "Tenho muita firmeza nas pautas que eu defendo, mas respeito com quem pensa diferente. Eu procuro dialogar, tanto é que me relaciono bem com parlamentares de diversos partidos. Você pode ter certeza, que eu acredito na capacidade do ser humano de dialogar."

A convenção do partido Novo contou com momentos de cunho religioso. Ao longo dos discursos, foi diversas vezes citado o nome de Deus e do hábito de orações por parte dos políticos. No fim do evento, foi entoado o hino de São Francisco de Assis.

Girão chegou a citar uma "guerra espiritual", que estaria assolando a "humanidade". Expressão foi utilizada quando o senador se referia à relação com a esposa, Márcia, relatando que ela o ajuda a passar por estes momentos.

"Márcia está do meu lado, quando perdemos uma eleição. Ela me acompanha quando estou triste pelo Brasil, e ela com a fé que ela tem, a gente junto vai lá e faz a oração, vamos na esperança e passa tudo aquilo. No outro dia, a gente está bem, porque faz parte do ser humano", disse.

E completou: "Essa guerra que a gente vive é uma guerra que não é entre os homens, ela é uma guerra espiritual. Então a Márcia, com o apoio dela, em momentos chaves da minha existência."

Apesar do tom ameno do candidato, a convenção teve gritos de "fora, Lula" e pedidos de impeachment ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. As manifestações partiram do deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), que começou o discurso já com gritos de "Fora, Lula!" e "Fora, Alexandre de Moraes!", sendo aplaudido pelos presentes. Depois, levantou um "viva Girão!".

Ao longo da fala, ele intercalou elogios a Girão e ataques a Lula e ao STF. O cearense foi chamado de "melhor senador do Brasil" e de "grande amigo". Já a chapa com a vice, Silvana, foi chamada de "match perfeito". "Silvana, eu não conhecia. Eu ouvindo ela falar, inclusive, se ela fosse do PT eu diria que roubou o meu discurso", foi o comentário do deputado.

Van Hattem saudou os vereadores presentes e pediu para que "escolhessem o caminho difícil" e não se deixassem levar por tentações e abuso de poder. Neste ponto, voltou a mencionar Lula. "É muito triste vermos um ladrão na presidência da República. E não tem problema falar nem aplaudir porque é ladrão mesmo e é isso aí", disse.

O deputado ainda disse que ficou um pouco "entristecido" ao saber da postulação de Girão à Fortaleza, já que ele deveria continuar o trabalho no Senado, visando o impeachment de "um ministro do Supremo", no caso, Alexandre de Moraes.

Com informações portal O Povo +

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