29 de agosto de 2024

Brasil adota alistamento militar feminino voluntário

O anúncio foi durante a cerimônia pelos 25 anos de formação do Ministério da Defesa (Foto: Ricardo Stuckert)

A partir do ano que vem, as mulheres também poderão se alistar nas Forças Armadas ao completar 18 anos. Foi o que anunciaram, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro José Múcio Monteiro (Defesa). O serviço será voluntário e tem por objetivo aumentar a participação delas no Exército, na Marinha e na Aeronáutica — cujo contingente feminino, somado, é de apenas cerca de 10% da tropa.

"Reforça a máxima de que o lugar da mulher é onde ela quiser. Sabemos que, quanto mais diversa uma instituição, mais representativa será", salientou Lula.

"Estamos entusiasmados de que vai dar certo. Esse trabalho precisa ser feito. Acho que as primeiras nos ajudarão a estimular as outras. Elas não vão entrar para trabalhar em hospitais e escritórios, não. Vão para o combate, vão ter treinamento de soldado. Vão pegar em arma, treinar tiro, pular obstáculos. É uma vitória muito grande", acrescentou Múcio.

O anúncio foi durante a cerimônia, ocorrida no Clube do Exército, pelos 25 anos de formação do Ministério da Defesa. O alistamento será entre janeiro e junho do ano em que a interessada completar 18 anos, a partir de 2025. Inicialmente, serão 1,5 mil vagas divididas entre as três forças. A selecionada será incorporada em 2026, com serviço inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado. Assim como os homens, elas receberão a patente de soldado.

Segundo o Ministério da Defesa, as Forças Armadas têm 37 mil mulheres. Antes do alistamento feminino, elas só entravam na carreira militar por meio de concurso para áreas específicas — como saúde, ensino, logística e engenharia — ou em funções de linha de frente, caso fossem egressas das escolas preparatórias. Nos dois casos, ocupavam postos de oficiais ou suboficiais. Segundo o ministro, o objetivo é que as soldados mulheres formem um percentual de aproximadamente 20% da tropa.

Múcio destacou que, para receber o novo contingente feminino, será preciso adaptar os quartéis. "Têm que ser feitas as adequações. Estamos preparando alguma coisa separada, como já existe da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras, que forma os futuros oficiais do Exército). A quantidade de mulheres interessadas nas Forças Armadas é uma coisa superinteressante. A quantidade de inscritos na Aman tem aumentando, vai continuar aumentando e isso tem nos ajudado", disse.

Além do alistamento feminino, Múcio anunciou a realização de concurso público para completar o quadro de servidores do ministério e a transferência do Programa Calha Norte — que estava sob administração da Defesa — para o Ministério do Desenvolvimento Regional. O programa foi criado em 1989 com o objetivo de desenvolver áreas que tenham baixa densidade populacional.

Com informações Correio Braziliense

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