Páginas

4 de julho de 2024

Ministro Silvio Almeida recebe título de cidadão cearense

A deputada Larissa Gaspar e o Renato Roseno entregam título de cidadão ao ministro Silvio Almeida (Foto: Fábio Lima)

Em cerimônia repleta de música, poesia e referências literárias, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, recebeu ontem (03/07), o título de cidadão cearense, horaria aprovada pela Assembleia Legislativa (Alece), a partir de um requerimento de autoria dos deputados Evandro Leitão (PT), Renato Roseno (Psol) e Larissa Gaspar (PT).

O ministro se soma aos outros ministros da atual gestão de Luiz Inácio da Lula Silva (PT) que também receberam o título, como José Múcio, da Defesa, Flávio Dino, quando ainda era titular da Justiça, Alexandre Padilha, titular das Relações Institucionais e Renan Filho, dos Transportes.

Silvio ressaltou que a condecoração era "uma das maiores honrarias de sua vida" e apontou, em seu discurso, sobre os feitos de cearenses. "Aprendi com muitos amigos cearenses, que todo filho e filha dessa terra tem um orgulho danado de ser cearense. Todos que conheci têm prazer em falar e louvar sua terra", afirmou.

Em reflexão, o ministro citou o legado deixado por nomes como Capistrano de Abreu, Rachel de Queiroz, José de Alencar e Belchior na formação do País. Ele destacou ainda a participação do Ceará na história brasileira, com foco na antecipada abolição da escravatura. Sua fala também mencionou seu antecessor como ministro, Mário Mamede, titular entre 2005 e 2006.

O atual ministro agradeceu pelos esforços e mandou recados ao comentar a "exceção" de um nome. "Eu queria dizer isso, com exceção de uma pessoa, porque, na verdade, o maior trabalho que eu estou tendo hoje é para consertar aquilo que foi destruído por uma pessoa que meus ancestrais disseram para não falar", disse, em possível referência a hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Silvio Almeida participa de solenidade de entrega do certificado de curso da UFC

Ministro Sílvio Almeida entrega certificado à concludente Negritta (Foto: Fábio Lima)

"Algumas pessoas podem achar estranho que o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) esteja envolvido na criação de um curso que trata sobre produção artística dentro de uma favela. Estranho é que o Ministério dos Direitos Humanos não tenha feito isso antes".

A frase é do ministro Silvio Almeida, titular do MDHC, dita nessa quarta-feira, 3, em Fortaleza, durante a entrega do certificado de formação de 15 alunos no curso de "Introdução à produção de eventos e direção de palco". A solenidade ocorreu na sede da Central Única das Favelas (Cufa) no bairro Barroso.

O curso foi uma das capacitações ofertadas pelo projeto Estação Favela, que será desenvolvido até a metade de 2025 em parceria entre o Ministério, a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Cufa. Há outras em andamento ou já programados nas áreas de empregabilidade, liderança comunitária, acesso à tecnologia e educação financeira.

Os 15 concludentes, com idade entre 19 e 45 anos, são moradores da comunidade Poço da Draga. Após 60 horas/aula de conteúdo teórico e prático, agora estão aptos a atuarem profissionalmente na organização de eventos. O diploma é concedido pela UFC, reconhecido como extensão universitária. Há uma turma do Barroso sendo preparada no mesmo curso.

A comunidade do Barroso é a mesma onde, 12 dias atrás, houve uma tentativa de chacina. Uma mulher de 48 anos e um menino, de dez anos, foram mortos a tiros e outras oito crianças e adolescentes, entre 8 e 16 anos, ficaram feridos. O crime aconteceu no entorno da areninha do bairro. Um menino e dois adolescentes permanecem internados no Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro.

"Não tem política de direitos humanos sem segurança pública, só que o contrário também é verdadeiro. Não tem direitos humanos sem uma política de segurança pública que proteja de fato as pessoas", destacou Almeida. "Vocês estão aqui estudando, então vocês estão realizando o que de mais importante há na política de direitos humanos. É proteger as pessoas, é para não deixar que as pessoas sejam torturadas, sejam mortas".

Diana Azevedo, reitora em exercício  da UFC, coloca broche dos 70 anos da UFC no ministro Sílvio Almeida, durante entrega certificados na Cufa Barroso. No centro da foto, o presidente da Cufa-Ceará, Wilton Pequeno

Diana Azevedo, reitora em exercício da UFC, coloca broche dos 70 anos da UFC no ministro Sílvio Almeida, durante entrega certificados na Cufa Barroso. No centro da foto, o presidente da Cufa-Ceará, Wilton Pequeno Crédito: FÁBIO LIMA

"Querendo ou não, infelizmente a gente da comunidade, mesmo já trabalhando, fazendo a ativação da produção, não tem o conceito total que é um certificado. E está sendo uma diferença e uma oportunidade muito grandes ter esse certificado reconhecido", disse Thalita Silva, 26 anos, conhecida como Negritta no meio artístico e cultural. "O plano agora é conquistar o mundo. Faltava só o certificado real oficial. Hoje eu tenho, graças à Cufa e à UFC. Agora é só botar em prática mais ainda".

O pensamento é semelhante ao de Ronaldo Machado, o Roni, de 28 anos. "Ter um papel dizendo que eu posso trabalhar como produtor, para mim já diz demais. Porque a gente vive numa sociedade que tudo tem que se comprovar. Fui com o objetivo de me inserir no mercado. Observava esse mercado por fora, não por dentro. Pretendo seguir a carreira de produtor". Os alunos visitaram equipamentos culturais locais, acompanharam a produção de espetáculos, viram desde a montagem de luz e áudio ao trabalho de direção. "Vimos como o produtor tem que ficar ligado toda hora para ser solicitado", disse Roni.

As áreas ofertadas foram sugestões colhidas nas comunidades. Também estão definidos ou próximos de conclusão os de Educação e Gestão Financeira de Pequenos Negócios, Formação em Vendas, Estudo de Editais de fomento à cultura e elaboração de projetos criativos, Fotografia com celular, de artes visuais com grafite, Formação em liderança comunitária, Redes sociais, Desenvolvimento web (programadores full stack) e Agentes de crédito orientado a pequenos negócios.

A entrega dos certificados teve a presença da reitora em exercício da UFC, Diana Azevedo, e do diretor da Cufa-RJ, Preto Zezé. A atividade fez parte da agenda de dois dias do ministro no Estado.

Na tarde desta quinta, ele participa do ato que oficializa a adesão do Ceará no Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o programa Novo Viver sem Limite.

Com informações portal O Povo +

Leia também:

Plínio Bortolotti: Partidos e golpistas querem "anistia"


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.