Lula disse que estava muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo (Foto: Ricardo Stuckert) |
A expectativa inicial após o primeiro turno, dominado pela extrema direita representada por Marine Le Pen, foi alterada no segundo turno com a união estratégica das forças de centro e esquerda. A união não apenas superou as expectativas, mas também deixou a extrema direita em terceiro lugar, demonstrando uma rejeição ao extremismo e um apoio ao diálogo e à cooperação entre os setores progressistas da sociedade.
"Muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje. Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. Devem servir de inspiração para a América do Sul", afirmou Lula.
A França, semipresidencialista, agora se prepara para uma nova configuração política, onde a maioria parlamentar de esquerda e centro terá o papel crucial de nomear um primeiro-ministro. O movimento determinará a direção do governo francês e moldará o futuro político do país diante de um contexto internacional.
Durante esta semana decisiva, mais de 200 candidatos dos espectros centrista e de esquerda retiraram suas candidaturas para fortalecer as chances de seus oponentes moderados, numa tentativa de bloquear os avanços da extrema direita. Este movimento estratégico, conhecido como cordão sanitário, ganhou apoio de figuras públicas como o ex-jogador Raí e o capitão da seleção francesa, Mbappé.
As pesquisas de intenção de voto indicam que a coalizão de esquerda e centro poderia conquistar uma maioria absoluta de 289 cadeiras no Parlamento francês, o que lhes garantiria a capacidade de nomear um primeiro-ministro. No entanto, incertezas quanto à participação eleitoral ainda persistem, o que poderia complicar o cenário político para Emmanuel Macron, obrigando-o a governar ao lado de um primeiro-ministro de oposição em um potencial governo de coabitação.
O
sistema semipresidencialista da França permite que o presidente e o
primeiro-ministro compartilhem responsabilidades, mas uma divisão política
entre ambos pode levar a uma coabitação, situação não vivida desde 1997, quando
Jacques Chirac perdeu o controle do Parlamento para uma coalizão de esquerda.
Caso as projeções de boca de urna não se confirmem e a extrema direita vença,
Macron enfrentará a difícil decisão de nomear um adversário, como Jordan
Bardella, para o cargo de primeiro-ministro, ou enfrentar uma Moção de Censura
no Legislativo.
Com
informações Correio Braziliense
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