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31 de julho de 2024

Ginástica feminina brasileira entra na história

Júlia Soares, Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Olivera e Flávia Saraiva comemoram conquista do Bronze em Paris (Foto: Miriam Jeske)

A ginástica artística se entranhou tanto no coração dos fãs de Olimpíadas que o feito de Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Júlia Soares, Jade Barbosa e Lorrane dos Santos nem parece inédito. Mas é. O bronze feminino por equipes é do tamanho do Brasil.

Nunca antes um time brasileiro subira no pódio olímpico na ginástica. Nem com Daniele Hypólito, nem com Daiane dos Santos, nem mesmo com os meninos medalhistas Arthur Zanetti, Diego Hypólito e Arthur Nory. O Brasil, ontem, no quarto dia da Olimpíada de Paris-2024, sagrou-se como o terceiro melhor país do mundo em uma das modalidades mais equilibradas do esporte.

Mas antes do fenômeno Rebeca Andrade cravar o salto que rendeu 15,100 pontos e fez o Brasil ultrapassar Grã-Bretanha, Canadá e China, muita gente batalhou.

O bronze das cinco atletas é a terceira medalha feminina da ginástica brasileira e a sétima ao todo. Mas foi em Mundiais que o Brasil se acostumou a ouvir o próprio nome.

Era 2001, em Gante (Bélgica). Daniele Hypólito ganhava a primeira prata, no solo. Dois anos depois foi a vez de Daiane dos Santos, ouro no solo em Anaheim (EUA). Elas, hoje comentaristas, abriram as portas para a atual geração. Comandadas pelo treinador ucraniano Oleg Ostapenko (1945–2021) e pela coordenadora da seleção feminina e precursora da ginástica brasileira, Georgette Vidor, botaram o País no mapa da modalidade.

Rebeca Andrade agora é a única ginasta brasileira com três medalhas, um ouro (solo em 2020), uma prata (individual geral em 2020) e agora um bronze. E foi a protagonista dessa que tem tudo para ser apenas a primeira conquista da ginástica brasileira em Paris. A paulista de 25 anos ainda vai participar de outras quatro finais. Nesta, ela fez a melhor nota brasileira em cada um dos quatro aparelhos.

Nas barras assimétricas, quem abriu foi Lorrane dos Santos, com um sólido 13,000. Flavinha fez 13,666 e Rebeca fechou com um 14.533 na única prova em que não é finalista nesta edição olímpica. O Brasil era quarto.

A trave foi o maior entrave para as brasileiras. Júlia sofreu uma queda e ficou com 12,400. Flavia Saraiva, que sofreu um corte no supercílio antes das provas, fez um bom 13,433 e a campeã olímpica Rebeca Andrade fez 14,133, deixando o Brasil em sexto entre os oito finalistas.

O solo era a chance de recuperação. Ao som de "Cheia de Manias", Julia fez 13,233. Flavinha foi precisa e trouxe um 13,533. Rebeca foi Rebeca e, no ritmo de Beyoncé e Anitta, fez 14,200.

A especialidade do Brasil, porém, vinha por último. O salto foi aberto pela veterana Jade Barbosa — que, contundida, foi comentarista em Tóquio-2020. Foi um 13,366 que mantinha a disputa aberta. Flavinha Saraiva quase cravou a pirueta, recebendo um 13,900. O Brasil precisava de um salto milagroso para a medalha.

Era o Cheng de Rebeca Andrade, que valeu um 15,100 e fez a seleção feminina chegar a 164,497 pontos. Pouco atrás da Itália e menos ainda (0,234 ponto) acima da Grã-Bretanha.

Uma medalha do quinteto, mas também de quem abriu as portas para elas. Daniele Hypólito, no SporTV, se disse tão feliz agora quanto em 2016, quando o irmão dela, Diego, foi prata no Rio de Janeiro.

Rebeca e Flavinha voltam à competição amanhã, às 13h15min (de Brasília). Prata em Tóquio-2020, a estrela da ginástica nacional se classificou em segundo no individual geral, só atrás da pentacampeã olímpica Simone Biles.

No sábado, 3, Rebeca duela novamente com o fenômeno norte-americano, desta vez no salto, em que a paulista defende o ouro conquistado no Japão.

Na segunda-feira, 5, serão duas brasileiras (Rebeca e Júlia, além de Biles) na final da trave. Mais tarde, é a vez do solo.

Com informações portal O Povo +

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