Júlia Soares, Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Olivera e Flávia Saraiva comemoram conquista do Bronze em Paris (Foto: Miriam Jeske) |
Nunca antes um time brasileiro subira no pódio olímpico na ginástica. Nem com Daniele Hypólito, nem com Daiane dos Santos, nem mesmo com os meninos medalhistas Arthur Zanetti, Diego Hypólito e Arthur Nory. O Brasil, ontem, no quarto dia da Olimpíada de Paris-2024, sagrou-se como o terceiro melhor país do mundo em uma das modalidades mais equilibradas do esporte.
Mas
antes do fenômeno Rebeca Andrade cravar o salto que rendeu 15,100 pontos e fez
o Brasil ultrapassar Grã-Bretanha, Canadá e China, muita gente batalhou.
O bronze das cinco atletas é a terceira medalha feminina da ginástica brasileira e a sétima ao todo. Mas foi em Mundiais que o Brasil se acostumou a ouvir o próprio nome.
Era 2001, em Gante (Bélgica). Daniele Hypólito ganhava a primeira prata, no solo. Dois anos depois foi a vez de Daiane dos Santos, ouro no solo em Anaheim (EUA). Elas, hoje comentaristas, abriram as portas para a atual geração. Comandadas pelo treinador ucraniano Oleg Ostapenko (1945–2021) e pela coordenadora da seleção feminina e precursora da ginástica brasileira, Georgette Vidor, botaram o País no mapa da modalidade.
Rebeca Andrade agora é a única ginasta brasileira com três medalhas, um ouro (solo em 2020), uma prata (individual geral em 2020) e agora um bronze. E foi a protagonista dessa que tem tudo para ser apenas a primeira conquista da ginástica brasileira em Paris. A paulista de 25 anos ainda vai participar de outras quatro finais. Nesta, ela fez a melhor nota brasileira em cada um dos quatro aparelhos.
Nas barras assimétricas, quem abriu foi Lorrane dos Santos, com um sólido 13,000. Flavinha fez 13,666 e Rebeca fechou com um 14.533 na única prova em que não é finalista nesta edição olímpica. O Brasil era quarto.
A trave foi o maior entrave para as brasileiras. Júlia sofreu uma queda e ficou com 12,400. Flavia Saraiva, que sofreu um corte no supercílio antes das provas, fez um bom 13,433 e a campeã olímpica Rebeca Andrade fez 14,133, deixando o Brasil em sexto entre os oito finalistas.
O solo era a chance de recuperação. Ao som de "Cheia de Manias", Julia fez 13,233. Flavinha foi precisa e trouxe um 13,533. Rebeca foi Rebeca e, no ritmo de Beyoncé e Anitta, fez 14,200.
A especialidade do Brasil, porém, vinha por último. O salto foi aberto pela veterana Jade Barbosa — que, contundida, foi comentarista em Tóquio-2020. Foi um 13,366 que mantinha a disputa aberta. Flavinha Saraiva quase cravou a pirueta, recebendo um 13,900. O Brasil precisava de um salto milagroso para a medalha.
Era o Cheng de Rebeca Andrade, que valeu um 15,100 e fez a seleção feminina chegar a 164,497 pontos. Pouco atrás da Itália e menos ainda (0,234 ponto) acima da Grã-Bretanha.
Uma medalha do quinteto, mas também de quem abriu as portas para elas. Daniele Hypólito, no SporTV, se disse tão feliz agora quanto em 2016, quando o irmão dela, Diego, foi prata no Rio de Janeiro.
Rebeca e Flavinha voltam à competição amanhã, às 13h15min (de Brasília). Prata em Tóquio-2020, a estrela da ginástica nacional se classificou em segundo no individual geral, só atrás da pentacampeã olímpica Simone Biles.
No sábado, 3, Rebeca duela novamente com o fenômeno norte-americano, desta vez no salto, em que a paulista defende o ouro conquistado no Japão.
Na segunda-feira, 5, serão duas brasileiras (Rebeca e Júlia, além de Biles) na final da trave. Mais tarde, é a vez do solo.
Com
informações portal O Povo +
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