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2 de junho de 2024

Reforma de secretariado busca abrir nova fase na gestão Elmano

Elmano de Freitas se reuniu com o novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá no CISP (Foto: Carlos Gibaja)

Na manhã desta segunda-feira(03/06) o governador Elmano de Freitas (PT) dará posse ao novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá. Será uma formalidade. Anunciado uma semana antes, Sá já assumiu o cargo. O governador também aparece junto dele, com promessa de esforço e investimento.

No feriado de Corpus Christi, última quinta-feira, 30, Elmano publicou nas redes sociais foto de reunião com o secretário. Na sexta-feira, o governador se deslocou até o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) para nova reunião, e nova publicação, com Sá, desta vez também com a participação do comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Klênio Nascimento.

As nove mudanças anunciadas por Elmano no começo da semana passada buscam dar novo vigor à gestão. A segurança pública é o símbolo disso. O governo quer fazer mudanças e mostrar o que está sendo feito. E com envolvimento direto do governador no assunto.

A segurança pública tem sido o principal flanco para atingir todos que passaram pelo Palácio da Abolição em mais de uma década. Isso não mudou na atual administração. É prioridade máxima. Mas, há outros problemas e outras mudanças. Em particular, Planejamento e Gestão e o setor de Obras. Mexe assim na área mais crítica, na área meio do governo e na parte fisicamente mais visível.

Prestes a completar um ano e meio e com mais de um terço do mandato transcorrido, a administração busca demarcar uma nova fase. O momento é delicado, às vésperas das eleições municipais.

Não há pesquisas públicas sobre a avaliação de Elmano em todo o Estado. O Datafolha realizou pesquisas em Fortaleza — onde a avaliação do governo tradicionalmente é mais crítica.

O percentual de ótimo e bom foi de 32% na pesquisa mais recente, em fevereiro. O índice de ruim e péssimo foi de 25%. O maior percentual foi de avaliação regular: 38%.

Pesquisa do Instituto Paraná, realizada de 26 a 30 de maio e divulgada na última sexta-feira, 31, apresentou percentual de 49,6% que aprovam o governo na Capital e 45,4% que desaprovam. A aprovação vem em queda desde janeiro, quando era de 56,4% e passou a 52,3% em março, até ficar abaixo de 50% agora. A desaprovação está subindo. Era de 39,6%, foi a 43,5% e, na mais recente, 45,4%.

Com desempenho no máximo modesto, Elmano faz mudanças em busca de resultados rápidos e que sejam percebidos pela população. Faz isso em momento crucial, logo antes das eleições. Na maior parte das prefeituras, aliados do governador sairão vitoriosos. O problema mais recorrente é haver mais de um candidato governista na disputa.

As chances de vitória da oposição estadual estão principalmente nos maiores municípios. Como Juazeiro do Norte, onde o opositor Glêdson Bezerra (Podemos) venceu em 2020 e tenta a reeleição. Ou Caucaia, onde Vitor Valim (PSB) se elegeu como opositor, aproximou-se do governador e, sem plano de reeleição, apoiará o elmanista Waldemir Catanho (PT). E Fortaleza, onde a base governista venceu na eleição passada. Mas, com o cisma de 2022, o prefeito José Sarto (PDT) ficou do lado contrário da rachadura.

A situação do governo será crucial nessas três eleições, o primeiro teste para a popularidade do Palácio da Abolição sob nova administração.

Mudanças no governo Elmano

Segurança Pública: Saiu: Samuel Elânio - Entrou: Roberto Sá

Planejamento e Gestão: Saiu: Sandra Machado - Entrou: Alexandre Cialdini

Infraestrutura: Saiu: Antônio Nei de Sousa - Entrou: Hélio Winston

Cultura: Sai: Luísa Cela - Entra: Gecíola Fonseca Torres

Articulação Política: Saiu: Waldemir Catanho - Entrou: Augusta Brito  (mudança em abril)

Proteção Animal: Saiu: Célio Studart - Entrou: David Rattacaso (mudança em março)

Outras mudanças

Superintendência de Obras Públicas (SOP): Saiu: Quintino Vieira - Entrou: José Valdeci Rebouças

Zona de Processamento e Exportação (ZPE): Saiu: Hélio Winston - Entrou: Fábio Feijó

Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice): Saiu: José Valdeci Rebouças - 

Entrou: Francisco Barbosa

CearaPar: Saiu: Carlos Eduardo S. Marino - Entrou: Carolina Monteiro

CearaPrev: Saiu: José Juarez - Entrou: Adriano Pinheiro

Outros secretários

Casa Civil: Max Quintino

Fazenda: Fabrízio Gomes

Educação: Eliana Estrela

Saúde: Tânia Mara Coelho

Proteção Social: Onélia Santana

Cidades: Zezinho Albuquerque

Meio Ambiente: Vilma Freire

Recursos Hídricos: Robério Monteiro

Desenvolvimento Agrário (SAD): Moisés Braz

Desenvolvimento Econômico: Salmito Filho

Trabalho: Vladyson Viana

Turismo: Yrwana Albuquerque

Ciência, Tecnologia e Educação Superior: Sandra Monteiro

Direitos Humanos: Socorro França

Cidadania e Diversidade: Mitchelle Meira

Igualdade Racial: Zelma Madeira

Povos Indígenas: Juliana Alves, Cacika Irê

Mulheres: Jade Romero

Juventude: Adelita Monteiro

Esporte: Rogério Pinheiro

Pesca e Aquicultura: Oriel Nunes Filho

Relações Internacionais: Roseane Medeiros

Administração Penitenciária: Mauro Albuquerque

Controladoria-geral de Disciplina: Rodrigo Bona Carneiro

Procuradoria-geral do Estado: Rafael Moraes

Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado (CGE): Aloísio Carvalho

Mudar a equipe para dar choque de gestão

Reformas de secretariado são a principal arma dos gestores quando as coisas não vão bem, há crise, paralisia ou necessidade de ajustes. Em dezembro, o governador Elmano de Freitas (PT) já antecipava ao O POVO a possibilidade de mudanças. Ele descarto um na época trocas por motivo eleitoral. "Por eleição não, podemos ter mudança pela avaliação que estamos fazendo, mas por eleição não".

Na ocasião, ele destacava a necessidade de resultados. "Eu aprendi que o que importa é o resultado prático da ação pública, tem muita gente que é muito boa de falar do que está fazendo e quando você vai olhar e ver o quanto ela fez, tem uma distância muito grande".

Os antecessores de Elmano também tiveram mudanças graduais, mas em diferentes momentos do mandato. Camilo Santana (PT) fez a primeira grande mudança na virada do segundo para o terceiro ano de mandato, época em que o governo era tido como lento e com poucos resultados. Houve mudanças na Casa Civil, Infraestrutura, Cidades e Segurança Pública, além do Planejamento e Gestão. Para esta última o escolhido foi Maia Júnior, considerado responsável por um "choque de gestão".

Já Cid Gomes (PSB) fez a reforma de maior impacto já no fim do mandato, indo para o último ano, em setembro de 2013. Era o momento de maior desgaste. Houve mudanças nas pastas de Fazenda, Cidades, Meio Ambiente, Esportes, Cultura, Trabalho e Desenvolvimento Social e, as de maior impacto, Segurança Pública e Saúde, esta última para a qual foi Ciro Gomes.

Com informações portal O Povo +

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