Elmano de Freitas se reuniu com o novo secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá no CISP (Foto: Carlos Gibaja)
No feriado de Corpus Christi, última quinta-feira, 30, Elmano publicou nas redes sociais foto de reunião com o secretário. Na sexta-feira, o governador se deslocou até o Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) para nova reunião, e nova publicação, com Sá, desta vez também com a participação do comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Klênio Nascimento.
As nove mudanças anunciadas por Elmano no começo da semana passada buscam dar novo vigor à gestão. A segurança pública é o símbolo disso. O governo quer fazer mudanças e mostrar o que está sendo feito. E com envolvimento direto do governador no assunto.
A segurança pública tem sido o principal flanco para atingir todos que passaram pelo Palácio da Abolição em mais de uma década. Isso não mudou na atual administração. É prioridade máxima. Mas, há outros problemas e outras mudanças. Em particular, Planejamento e Gestão e o setor de Obras. Mexe assim na área mais crítica, na área meio do governo e na parte fisicamente mais visível.
Prestes a completar um ano e meio e com mais de um terço do mandato transcorrido, a administração busca demarcar uma nova fase. O momento é delicado, às vésperas das eleições municipais.
Não há pesquisas públicas sobre a avaliação de Elmano em todo o Estado. O Datafolha realizou pesquisas em Fortaleza — onde a avaliação do governo tradicionalmente é mais crítica.
O percentual de ótimo e bom foi de 32% na pesquisa mais recente, em fevereiro. O índice de ruim e péssimo foi de 25%. O maior percentual foi de avaliação regular: 38%.
Pesquisa do Instituto Paraná, realizada de 26 a 30 de maio e divulgada na última sexta-feira, 31, apresentou percentual de 49,6% que aprovam o governo na Capital e 45,4% que desaprovam. A aprovação vem em queda desde janeiro, quando era de 56,4% e passou a 52,3% em março, até ficar abaixo de 50% agora. A desaprovação está subindo. Era de 39,6%, foi a 43,5% e, na mais recente, 45,4%.
Com desempenho no máximo modesto, Elmano faz mudanças em busca de resultados rápidos e que sejam percebidos pela população. Faz isso em momento crucial, logo antes das eleições. Na maior parte das prefeituras, aliados do governador sairão vitoriosos. O problema mais recorrente é haver mais de um candidato governista na disputa.
As chances de vitória da oposição estadual estão principalmente nos maiores municípios. Como Juazeiro do Norte, onde o opositor Glêdson Bezerra (Podemos) venceu em 2020 e tenta a reeleição. Ou Caucaia, onde Vitor Valim (PSB) se elegeu como opositor, aproximou-se do governador e, sem plano de reeleição, apoiará o elmanista Waldemir Catanho (PT). E Fortaleza, onde a base governista venceu na eleição passada. Mas, com o cisma de 2022, o prefeito José Sarto (PDT) ficou do lado contrário da rachadura.
A situação do governo será crucial nessas três eleições, o primeiro teste para a popularidade do Palácio da Abolição sob nova administração.
Mudanças
no governo Elmano
Segurança Pública: Saiu: Samuel Elânio - Entrou: Roberto Sá
Planejamento e Gestão: Saiu: Sandra Machado - Entrou: Alexandre Cialdini
Infraestrutura: Saiu: Antônio Nei de Sousa - Entrou: Hélio Winston
Cultura: Sai: Luísa Cela - Entra: Gecíola Fonseca Torres
Articulação Política: Saiu: Waldemir Catanho - Entrou: Augusta Brito (mudança em abril)
Proteção Animal: Saiu: Célio Studart - Entrou: David Rattacaso (mudança em março)
Outras
mudanças
Superintendência de Obras Públicas (SOP): Saiu: Quintino Vieira - Entrou: José Valdeci Rebouças
Zona de Processamento e Exportação (ZPE): Saiu: Hélio Winston - Entrou: Fábio Feijó
Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice): Saiu: José Valdeci Rebouças -
Entrou: Francisco Barbosa
CearaPar: Saiu: Carlos Eduardo S. Marino - Entrou: Carolina Monteiro
CearaPrev: Saiu: José Juarez - Entrou: Adriano Pinheiro
Outros
secretários
Casa Civil: Max Quintino
Fazenda: Fabrízio Gomes
Educação: Eliana Estrela
Saúde: Tânia Mara Coelho
Proteção Social: Onélia Santana
Cidades: Zezinho Albuquerque
Meio Ambiente: Vilma Freire
Recursos Hídricos: Robério Monteiro
Desenvolvimento Agrário (SAD): Moisés Braz
Desenvolvimento Econômico: Salmito Filho
Trabalho: Vladyson Viana
Turismo: Yrwana Albuquerque
Ciência, Tecnologia e Educação Superior: Sandra Monteiro
Direitos Humanos: Socorro França
Cidadania e Diversidade: Mitchelle Meira
Igualdade Racial: Zelma Madeira
Povos Indígenas: Juliana Alves, Cacika Irê
Mulheres: Jade Romero
Juventude: Adelita Monteiro
Esporte: Rogério Pinheiro
Pesca e Aquicultura: Oriel Nunes Filho
Relações Internacionais: Roseane Medeiros
Administração Penitenciária: Mauro Albuquerque
Controladoria-geral de Disciplina: Rodrigo Bona Carneiro
Procuradoria-geral do Estado: Rafael Moraes
Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado (CGE): Aloísio Carvalho
Mudar
a equipe para dar choque de gestão
Reformas de secretariado são a principal arma dos gestores quando as coisas não vão bem, há crise, paralisia ou necessidade de ajustes. Em dezembro, o governador Elmano de Freitas (PT) já antecipava ao O POVO a possibilidade de mudanças. Ele descarto um na época trocas por motivo eleitoral. "Por eleição não, podemos ter mudança pela avaliação que estamos fazendo, mas por eleição não".
Na ocasião, ele destacava a necessidade de resultados. "Eu aprendi que o que importa é o resultado prático da ação pública, tem muita gente que é muito boa de falar do que está fazendo e quando você vai olhar e ver o quanto ela fez, tem uma distância muito grande".
Os antecessores de Elmano também tiveram mudanças graduais, mas em diferentes momentos do mandato. Camilo Santana (PT) fez a primeira grande mudança na virada do segundo para o terceiro ano de mandato, época em que o governo era tido como lento e com poucos resultados. Houve mudanças na Casa Civil, Infraestrutura, Cidades e Segurança Pública, além do Planejamento e Gestão. Para esta última o escolhido foi Maia Júnior, considerado responsável por um "choque de gestão".
Já
Cid Gomes (PSB) fez a reforma de maior impacto já no fim do mandato, indo para
o último ano, em setembro de 2013. Era o momento de maior desgaste. Houve
mudanças nas pastas de Fazenda, Cidades, Meio Ambiente, Esportes, Cultura,
Trabalho e Desenvolvimento Social e, as de maior impacto, Segurança Pública e
Saúde, esta última para a qual foi Ciro Gomes.
Com
informações portal O Povo +
Leia também:
Elmano começa a dar cara própria ao governo com reforma no secretariado
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.