Lula também questionou a necessidade de cortar gastos (Foto: Ricardo Stuckert) |
O
chefe do Executivo também reagiu às críticas que vem sofrendo, especialmente do
mercado financeiro, sobre sua resistência ao corte de gastos.
“A questão da desoneração dos 17 setores, do Congresso Nacional. Eu não sou contra, porque na crise de 2008 eu fiz R$ 47 bilhões de desoneração. Qual era a diferença para hoje? Sentavam na mesa de negociações os empresários, o governo e os trabalhadores. E eu queria saber qual era a contrapartida para os trabalhadores”, discursou Lula durante sessão do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, que ocorreu durante a manhã, no Palácio do Itamaraty.
Lula sinalizou ainda que, caso o Congresso não apresente uma alternativa para compensar a desoneração, com impacto estimado em mais de R$ 26 bilhões, não será possível manter o benefício fiscal para os 17 setores e para as prefeituras. “Não fica nervoso não, Haddad. A responsabilidade de apresentar a compensação é dos empresários e do Senado. Se não apresentar, fica mantido o veto. É simples assim”, declarou. Para compensar a desoneração, Haddad apresentou uma proposta para limitar os créditos do PIS/Cofins, que foi rejeitada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O presidente fez um discurso forte no Conselhão, após receber críticas do mercado nas últimas semanas por suas falas envolvendo a política econômica do governo. Ele vem questionando a necessidade de cortar gastos, além de fazer críticas ao mercado financeiro. Também estuda cortar benefícios fiscais, e pediu à equipe econômica que estude quais são as isenções indevidas ou ineficientes concedidas pelo governo.
Alta
do dólar
O chefe do Executivo criticou ainda reportagens sobre a reação do mercado ontem (26) aos últimos questionamentos de Lula ao corte de gastos. Houve uma aceleração no preço do dólar logo depois das declarações do presidente, apesar de majoritariamente influenciada pelo cenário externo. A moeda norte-americana fechou, na quarta-feira (26), em seu maior patamar dos últimos dois meses, em R$ 5,519.
“Ontem, depois da minha entrevista ao UOL, saíram algumas manchetes de alguns comentaristas dizendo que o dólar tinha subido por causa da entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar a entrevista. Ou seja, esse mundo perverso de as pessoas colocarem para fora aquilo que querem, sem medir as consequências, é muito ruim”, criticou o presidente.
Operadores
do mercado financeiro, contudo, consideram as falas de Lula como um dos fatores
que levaram à alta no câmbio, e não apenas ontem. Declarações do chefe do
Executivo vem causando temor desde a semana passada, embora todas as
sinalizações econômicas estejam positivas. A avaliação de aliados do presidente
no setor financeiro é de que há um “ruído” causado pela comunicação do petista.
Com
informações Correio Braziliense
Leia também:
Lula
confirma 'operação pente-fino' nos ministérios para revisar gastos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.