A mobilização faz parte do Ato Nacional em Defesa da Educação (Foto: Fábio Lima) |
A mobilização faz parte do Ato Nacional em Defesa da Educação, que acontece simultaneamente em todo o Brasil. Em greve desde 20 de março, a categoria busca, sobretudo, a reestruturação da carreira e reajuste salarial, o que depende da recomposição do Orçamento Federal para a Educação.
Na Praça do Ferreira e arredores, os professores, técnicos-administrativos e, inclusive, estudantes conversaram com a população sobre as reivindicações da greve. O ato foi finalizado com falas de representantes das universidades, propagadas pelo local com o auxílio de um carro de som, destacando a importância e urgência de o Governo Federal chegar a um consenso sobre a valorização da classe.
Conforme o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Valmir Arruda, este é considerado o Dia D da Educação. “É um dia reservado para estarmos nas praças e ruas de vários estados do País, para que possamos conversar com a população, com os estudantes, trazendo, de uma forma geral, o que está acontecendo e quais são as nossas reivindicações”, comenta.
Dentre as reivindicações, está a proposta para compensar a inflação salarial desde 2016 até o fim de 2026. Segundo a categoria, o poder de compra salarial teve uma perda de mais de 50%.
“Temos grande diversidade de trabalhadores da educação e técnicos-administrativos, que abrange diversas áreas, como médicos, administradores, secretárias executivas, entre outros profissionais altamente capacitados. Mas seus salários não são compatíveis em comparação com o mercado externo ou interno do serviço público”, comenta Elaine Teixeira, servidora técnico-administrativa da Universidade Federal do Ceará (UFC) e integrante do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sintufce).
“Quando falamos em recomposição, também estamos nos referindo à restauração do orçamento das instituições federais e das universidades federais. O orçamento do Instituto Federal do Ceará em 2014 era maior do que o orçamento em 2024. Nossos alunos estão sentindo isso diretamente, e isso reflete o descaso na educação”, ainda destacou Valmir Arruda.
Os profissionais também reivindicam a reestruturação das carreiras, especialmente a dos técnicos-administrativos, que não recebem atualização desde 2008.
Com exigências semelhantes, os profissionais em greve vinculados à Universidade Estadual do Ceará (Uece) ainda apresentam uma particularidade: o déficit de 482 professores.
“Atualmente, existem 30 disciplinas sem professores. Isso é paralisante em alguns cursos e dificulta a integralização curricular dos estudantes. Além disso, impede a conclusão de grau e, consequentemente, prejudica sua permanência na Universidade”, acrescenta o presidente do Sindicato de docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece), professor Nilson Cardoso.
Em todo o Brasil, estão em greve docentes e técnicos administrativos de mais de 70 universidades e institutos federais. No Ceará, quatro instituições de ensino federais (UFC, IFCE, Unilab e UFCA) e duas estaduais (Uece e UVA) estão em greve. Apesar de ter aderido à greve a princípio, no dia 3 de maio, a Universidade Regional do Cariri (Urca) aprovou a suspensão da greve.
Em
abril, o Governo Federal apresentou a primeira contraproposta: 0% de aumento
salarial neste ano e 4,5% nos próximos dois anos. A proposta foi rejeitada e os
profissionais iniciaram a greve. Em sua segunda proposta, o governo manteve os
0% para 2023, não mencionou a reestruturação das carreiras e sugeriu 8,5% e
3,5% para 2025 e 2026, respectivamente. Segundo os servidores, contudo, os
valores não contemplam a inflação até 2026.
Com
informações portal O Povo +
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