A declaração de Lula ocorreu durante anúncio do governo sobre as medidas de socorro para o RS (Foto: Ed Alves) |
"A solidariedade é uma coisa excepcional, eu acho que se um dia tiverem que dar um Prêmio Nobel de solidariedade ao povo de algum país, eu não tenho dúvida que o povo brasileiro receberá esse prêmio. Porque é um povo muito solidário e muito generoso, apesar de alguma minoria ser tão perversa como é", disse o presidente.
Após elogiar a solidariedade dos brasileiros, Lula disse, entretanto, que existe um "outro lado", com "pessoas torcendo para a desgraça aumentar" e a quem se referiu como "quadrilha de malfeitores".
"É só você ver a quantidade de fake news, a quantidade de provocações, a quantidade de mentiras, a quantidade de leviandades. Pessoas que não levam em conta o sacrifício de gente que está trabalhando no Rio Grande do Sul. Muitas vezes, as pessoas têm dormido duas ou três noites e estão sendo ofendidas, xingadas, por uma quadrilha de malfeitores que estão tentando atrapalhar o sossego de quem quer trabalhar", disse o presidente.
Nas redes sociais, a crise do Estado gaúcho é agravada pela disseminação de conteúdos falsos. Além de provocar pânico, a circulação de desinformação pode prejudicar a população e atrapalhar operações de resgate e doações. O Estadão Verifica preparou um material com dicas para não cair em notícias falsas sobre a crise.
A declaração de Lula ocorreu durante anúncio do governo sobre as medidas de socorro para o Estado, que passa pela pior tragédia climática já enfrentada.
O
último balanço divulgado na manhã desta quinta mostra que o número de mortos
chegou a 107 pessoas. Há 136 desaparecidos, além de 67 mil em abrigos. O total
de municípios atingidos é de 425. A crise de calamidade pública causada pelas
enchentes foi comparada a uma situação de guerra pelos ministros presentes na
coletiva de imprensa com o presidente.
Lula diz que divergências não valem nada em tempos de tragédia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ainda que "divergências não valem nada" em tempos de tragédia, citando as enchentes no Rio Grande do Sul que já resultaram em mais de 100 mortes e deixaram milhares de desabrigados. O petista reforçou ainda que o governo federal não poupará esforços para auxiliar o estado.
"Estava há dois dias no Rio Grande do Sul chorando o maior desastre climático que temos conhecimento no Brasil e estava há dois clamando para que Deus parasse de derramar água no RS porque quase 400 cidades inundadas, centenas de mortos, desaparecidos. Fui para lá com Lira, Pacheco, presidente do STF, TCU, para mostrar que as nossas divergências não valem nada na época que a gente tem que cuidar do povo desse país e tem que demonstrar solidariedade", disse Lula.
"Eu que chorava no RS para parar de chover, comecei a rir quando cheguei e vi a chuva caindo no sertão de Alagoas. É uma coisa extraordinária o tamanho desse país e as sensações de emoções que a gente sente. Então estou triste com a chuva no RS e alegre com a chuva aqui no sertão. Não é sempre que a gente vê uma árvore verde, animais comendo, pessoas produzindo, colhendo e comendo e vendendo."
Lula destacou a força do Nordeste para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul, se disse grato pela quantidade de pessoas que tem se voluntariado e, sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que construirá um Brasil "fraterno e solidário, sem ódio e sem mentira" até o fim do mandato.
"O RS sabe o que o Nordeste pode fazer por ele. Sou muito grato de ver a quantidade de voluntários que estão se apresentando para trabalhar, feliz em ver governadores mandando gente para lá, estudantes indo para lá, mulheres e homens indo para lá para ajudar em alguma coisa. É esse país fraterno e solidário, sem ódio e sem mentira que nós vamos construir até o fim do meu mandato em 2026", acrescentou.
"De
vez em quando ouço falar: 'O Lira tá nervoso'. Eu mando o Rui Costa conversar
com ele. Dois nervosos se entendem. Quando tem algum problema no Senado, eu
falo com os senadores, com o Pacheco, e não tem problema. É assim que a gente
governa o país. Quem é eleito presidente não tem que ficar escolhendo inimigo,
não tem que destratar governador, prefeito, opositor ou partido contrário. O
presidente tem que ser exemplo de decência, dignidade e de comportamento
civilizado nesse país. É assim que vamos consertar o Brasil, é assim que vai
parar de ser considerado um país pobre", concluiu.
Com
informações Correio Braziliense
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