Vista
parcial da Praia de Iracema no início da década de 60, com o Hotel Iracema
Plaza em destaque (Foto: Reprodução/IBGE) |
"A mais formosa marinha cearense, o encanto da nossa sociedade elegante, está adquirindo um desusado movimento nestes últimos dias. Ranchos de namorados felizes e sorridentes confundem os seus arrulhos com o marulho das ondas", assim dizia Demócrito Rocha, em sua revista "Ceará Illustrado", em 5 de julho de 1925. É também com essa frase que se inicia o documentário "Praia de Iracema: uma história de amores".
A obra cinematográfica é uma produção da Fundação Demócrito Rocha, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e será lançada no próximo sábado, dia 25 de maio, às 10 horas, no Cineteatro São Luiz.
Coordenador do projeto, Raymundo Netto conta que o objetivo do trabalho é homenagear a orla da Capital. "Nós queremos mostrar as belezas da Praia de Iracema, comprovar que ela é viva e que ela está cada vez se renovando. Esperamos que as pessoas se encantem com ela, como os antigos também se encantaram", destaca o também escritor e cronista do Vida&Arte.
O local, que antes era conhecido como Praia do Peixe, por ser um reduto de pescadores, é apresentado no filme com uma breve viagem no tempo, dividida em dez subtemas, que contam a história da praia e explicam as manifestações artísticas, culturais e sociais, que transformaram o lugar no que ele é hoje
Entre os destaques, o Poço da Draga, comunidade que existe desde antes da Praia de Iracema "nascer", e passa até hoje por uma série de dificuldades, como a falta de saneamento—mas ainda assim resiste e existe.
Raymundo lembra também que uma das principais características da praia é que, assim como o movimento da maré, em tempos ela está em alta, em outros está em baixa.
"Eu espero que agora a maré suba de novo, porque tem uma função pública, ou seja, as pessoas estão presentes e aquilo pode mudar. Eu vejo várias famílias lá, pessoas de bicicletas, os surfistas, e a própria 'Praia dos Crush', que está sempre movimentada. E nós queremos que a Praia de Iracema volte, então o documentário é um convite", destaca o escritor.
Raymundo
classifica o filme como um exercício de cidadania. "A Praia de Iracema é
nossa. Eu acho que o grande mal de Fortaleza não são nem os políticos, o povo
também tem culpa, porque nós não amamos a Cidade em que a gente vive. Nós
devemos cuidar da Praia de Iracema, é isso que o documentário está
fazendo", ressalta.
Antiga piscininha na Praia de Iracema e de frente o conhecido Estoril (Foto: Reprodução/Facebook)
A obra, dirigida por André Vasconcelos, conta com diversas imagens antigas e atuais que, combinadas a uma coletânea de músicas produzidas por artistas daqui, representam a praia que é sinônimo de amor para tantos cearenses.
E é pela visão de quem a ama a praia que o filme é apresentado, em um primeiro ponto por historiadores que não apenas leram, como viveram o local, e em seguida preza por conter também o depoimento de frequentadores e moradores, entre esses a presença do jornalista, escritor e dramaturgo Oswald Barroso, que faleceu em março deste ano, e em seu testemunho relaciona momentos da sua vida à Praia de Iracema.
" 'A onda levou, mas deixou no coração', hoje eu ligo essa frase a ele. Porque ele se foi, mas ficou no coração da gente", afirma Raymundo Netto sobre Oswald Barroso.
Estreia
do Documentário " Praia de Iracema: Uma História de Amores "
Quando: sábado, 25 de maio, às 10 horas
Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro, Fortaleza)
Gratuito
Com
informações portal O Povo +
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