Docentes e estudantes fizeram parte do protesto no Dia do Trabalhador (Foto: Samuel Setubal)
O Dia do Trabalhador, comemorado nessa quarta-feira, 1º de maio, reuniu dezenas de centrais sindicais para manifestação em Fortaleza. A concentração do ato ocorreu em frente ao campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Itaperi, em Fortaleza, às 8 horas.
Por volta das 9h30min os manifestantes começaram o trajeto, que percorreu as ruas do bairro Serrinha. Participaram do protesto parlamentares de partidos de esquerda, sindicalistas, entidades estudantis e movimentos de luta por moradia. A marcha ocorreu sem transtornos e foi encerrada na Praça da Cruz Grande, no mesmo bairro.
A manifestação foi convocada de forma unificada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) no Ceará, Intersindical, Coletivo Sindical e Popular Travessia e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
A pauta principal, segundo Wil Pereira, presidente da CUT no Ceará, é a recomposição de direitos trabalhistas. O sindicalista destaca a necessidade de valorização do salário mínimo, a posição contrária à reforma administrativa, e também a reivindicação da reforma trabalhista, aprovada em 2016, no governo Michel Temer (MDB).
"Além de pedirmos a valorização do salário mínimo", diz Pereira, "nós temos quatro de governo do Bolsonaro, que não teve reajuste no salário mínimo". "Nós precisamos, mais do que nunca, pedir isso, exigir, colocar isso na mesa", destaca o dirigente.
De acordo com a CUT, outras pautas da manifestação são a aprimoramento nas condições de trabalho, a correção da tabela do Imposto de Renda, redução de juros, valorização do funcionalismo público, igualdade salarial e melhorias na aposentadoria.
A escolha do local, segundo Pereira, foi uma forma de se solidarizar com as greves de servidores e professores das universidades cearenses. Trabalhadores da Uece, da Universidade Regional do Cariri (Urca) e da Universidade Federal do Ceará estão com as atividades paralisadas.
Em momento de grave no âmbito federal e estadual, a educação tem como pauta central é a disputa pelo orçamento, avalia Nericilda Rocha professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e integrante da Frente Povo Sem Medo.
"Há uma batalha hoje em todo o setor da educação para que o País possa reconstruir o seu orçamento para a educação pública. O 1º de maio para a gente tem essa conotação esse ano. Nos últimos anos, a educação foi muito dilapidada, tivemos muitos prejuízos", afirma.
Segundo ela, é a primeira vez que todas as universidades federais e estaduais do Estado se encontram em greve. "Estamos em um grande cordão de união as três universidades estaduais do Ceará, as universidades federais", diz Nericilda.
Quintino Neto, presidente do Sindicado dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sindsaúde) e membro da direção da CTB Ceará, ressalta que o ato busca evidenciar a luta dos trabalhadores por conta da precarização dos serviços.
"A gente tem buscado reavivar na classe trabalhadora a necessidade da luta das ruas para que nós consigamos evitar que esse avanço prospere", defendeu.
Segundo
Enedina Soares, presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público
Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), o atoe "é uma reafirmação da luta
por um trabalho com direito". "Os trabalhadores tenham o direito de
tenham a carteira assinada, décimo terceiro, férias. Queremos a garantia de
serviços públicos, que eles possam ter qualidade", pontua.
Com
informações portal O Povo +
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