Comando de greve instalado nos jardins da Reitoria da UFC na Capital (Foto: Yuri Allen) |
A movimentação ontem (15/04) nos campus do Benfica e Pici, da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, foi de poucos alunos e docentes nos espaços da instituição para atividades acadêmicas, no primeiro dia de greve dos professores.
A greve foi deflagrada em Assembleia Geral, na terça-feira passada, 9, após a categoria rejeitar a proposta apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) acerca do reajuste salarial. O Governo Federal propôs reajuste de 0% em 2024 e de 9% a ser pago em duas parcelas em 2025 e 2026. Além disso, os professores também reivindicam melhores condições de trabalho.
No primeiro dia de paralisação, não foram registradas aulas nos Centros de Humanidades (CH) 1, 2 e 3, no bairro Benfica, onde são lotados os cursos de humanas, como Letras, Psicologia, Ciências Sociais e História. Corredores, salas de aulas e espaços de convivência estavam vazios neste primeiro dia de paralisação.
Por sua vez, algumas atividades foram observadas na Faculdade de Direito, no Centro, e nos Departamentos de Agronomia e Engenharia Química, no campus do Pici. Conforme alunos do curso de Direito, pelo menos três aulas foram ministradas na manhã desta segunda-feira com a defesa de que os professores não queriam prejudicar os alunos diante da paralisação.
“Todos os meus professores falaram que não gostariam de aderir à greve porque sabiam que o estudante era que ia sofrer. Alguns outros comentaram que sempre vão avisar que pode acontecer de não ter aula em outros dias”, disse o estudante do 5º semestre do curso de Direito Robert Almeida, 22.
A estudante do 3º semestre do curso de Agronomia Zelita Feitosa, 19, possui apenas uma aula no Departamento de Química e disse que o setor não quer parar, ao contrário do Departamento de Agronomia, que aderiu à greve. “Eu moro no Interior e é difícil ter que vir apenas por conta de uma aula na semana. A gente só quer que tudo se resolva logo e que volte o mais rápido possível”, comenta.
Além das salas de aulas e corredores da instituição, outros espaços ficaram com pouca movimentação diante da paralisação dos professores, entre eles o Restaurante Universitário (R.U) e bibliotecas, apesar do funcionamento não ter sido afetado pela greve dos servidores.
A Universidade Federal do Ceará (UFC) disse que deve ser “priorizada a continuidade do serviço nos restaurantes universitários e demais políticas que dizem respeito à assistência estudantil, como a implementação de bolsas e auxílios”.
Em nota, a reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC) informou ao O POVO que o calendário acadêmico de 2024 será reajustado ao final do período de greve para a reposição integral das atividades letivas que forem necessárias para que todos os estudantes matriculados obtenham a integralidade dos conteúdos programáticos.
Ainda segundo a UFC, a Reitoria também tem se reunido com pró-reitores e diretores de unidades acadêmicas para tratar dos encaminhamentos sobre as atividades acadêmicas e administrativas.
O comando de greve foi instalado nos jardins da Reitoria da UFC nessa segunda-feira, 15, por meio do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc), para sinalizar o início da paralisação das três instituições federais: UFC, Universidade Federal do Cariri (UFCA) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
De acordo com a presidente da Adufc, a professora Irenísia Oliveira, o comando reúne várias pessoas em defesa da mobilização para organizar as atividades de greve, como atos, debates e ações de rua. “Vamos continuar fazendo atividades de mobilização e sensibilizar os colegas que não estejam convencidos da necessidade de se juntar ao movimento e com isso teremos uma greve muito forte”, destaca.
Outras pautas do movimento são a equiparação de benefícios entre os servidores dos três poderes, recomposição do orçamento das universidades, melhores condições de trabalho, reestruturação da carreira docente e revogação de medidas consideradas prejudiciais aos servidores.
“Cada proposta do governo é submetida à assembleia de base e com isso vamos analisando, debatendo e discutindo para chegar a conclusão ou não. Se não tiver uma proposta aceitável, não poderemos dizer sim à ela”, disse a presidente da Adufc.
Em
nota, a UFC disse que reconhece a legitimidade das reivindicações da categoria
dos professores e técnico-administrativos em educação (TAEs) e que “seguirá em
permanente diálogo com as entidades sindicais e acompanhará de perto as
tratativas com o Governo Federal e as atividades programadas pelos comandos de
greve dos servidores docentes e técnico-administrativos para o período”.
Com
informações portal O Povo +
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