Azul intenso do céu e do mar de Fortaleza captado pelo artista plástico e fotógrafo, José Guedes especialmente para O Povo |
Até sentir que o amor só acontece quando se reconhece as imperfeições.
Amar uma cidade é uma construção delicada. No início é só um rabisco, depois, um rascunho com formas incertas e demora até evoluir para um desenho com um traço indistinguível. Por fim, uma imagem está gravada na memória, no sotaque, nos jeitos de ser.
A imagem de Fortaleza incrustada em mim passa por sua claridade imensa. O texto que escrevi para o aniversário de 298 anos de Fortaleza é parte desse afeto.
De repente, gosto de pensar que sou desta cidade e estou nela. Amo andar de pés descalços pela praia - agora substituíram tudo por calçada - e deixar o mar lamber-me os dedos. Acho o pôr do sol visto da Igreja de Santa Edwiges a pintura mais bonita do mundo.
Claro que me incomodo com tanta farmácia. Desconfio, inclusive, que Fortaleza está adoentada. Outro dia, olhei triste para a escada que dava acesso à Livraria Cultura e agora é uma academia.
Aliás, Fortaleza em resumo é farmácia, supermercado, academia e lojinha de açaí. Mas, tenho um céu brilhante e multicolorido que me proporciona uma paz imensa. Moro na cidade mais ensolarada do planeta, embora o sol na moleira não seja coisa para gente fraca.
Além disso, Fortaleza tem tapioca, baião de dois, cajuína - cara pra caramba. E para completar, o mar infinito,- e claro, água de côco. Sem contar que quase todas as pessoas que me importam, compartilham comigo o mesmo Sol.
Por
tudo isso, Feliz Aniversário, Fortaleza!
Publicado
originalmente no portal O Povo +
Leia também:
Fortaleza, cidade da luz e do sol, faz 298 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.