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8 de abril de 2024

Centro Cultural do Cariri celebra dois anos de atividades e amplia conexões Ceará adentro

Antes de ser o Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo o espaço foi um seminário de padres e hospital (Foto: Reprodução/CCCSE)

Longe da brisa da Capital, outros ventos sopram Ceará adentro. Perto da pluralidade de mestres da cultura, outras cores vão na contramão da imagem de um Interior árido. Há dois anos, as artes cearenses encontraram abrigo: o Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo.

Sob gestão da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em parceria com o Instituto Mirante, o espaço multicultural tornou-se um centro de convivência, inclusão, aprendizado e preservação da regionalidade. Com uma grande variedade de instalações, espetáculos, aulas gratuitas e rodas de conversa, o local se mantém vivo como fomentador da cultura.

O Centro Cultural está localizado no bairro Gizélia Pinheiro (Batateiras), considerado região periférica do Crato. A existência do equipamento ocupou a região com riqueza artística e espaços de lazer para a população. Segundo dados divulgados pela instituição, 344.651 pessoas passaram pelo espaço durante os 459 eventos culturais e educacionais que foram realizados em 2023.

Em visita guiada ao espaço, o Vida&Arte foi convidado em março para conhecer o Centro Cultural do Cariri. A rota começou pela exposição aberta que fica logo à entrada do equipamento, a "Prenascimento". A instalação conta a história de construção do espaço desde suas primeiras formas físicas.

Antes de ser um centro de cultura, o espaço, que tem mais de 50 mil metros quadrados, já foi uma fazenda, um seminário de padres e um hospital. As obras dispostas nesta exposição contam essa história e os autores dessa mostra são os próprios trabalhadores que serviram na construção do espaço.

Em 2021, os artistas plásticos Luiz Santos e Carlos Henrique Soares buscaram profissionais que trabalhavam na construção do Centro Cultural do Cariri e, por meio de escuta e observação, fizeram dos objetos da obra e das próprias imagens dos colaboradores linguagens de arte. A partir disso, foram produzidos 5 filmes, mais de 200 retratos em lambe-lambe e 34 obras de arte.

"Sou morto e vivo aqui dentro (no Crato). Desde criança eu já andava por aqui, até quando era hospital, porque eu me internei aqui", afirma o multiartista Carlos Henrique sobre seu sentimento de pertencimento em relação ao espaço do Centro Cultural.

"Eu disse para Luiz que eu queria fazer ex-libris com os trabalhadores e ele disse: 'Como você vai fazer ex-libris com pessoas que não lê?'. Eu disse: 'E a leitura visual, não vale?'. Foi assim que decidimos fazer xilogravuras com os colaboradores da obra", explica Carlos sobre o mural com ex-libris expostos.

A peça é feita originalmente como uma espécie de selo a ser colado no livro indicando seu pertencente. No trabalho desenvolvido por Carlos, xilogravuras foram utilizadas para esse trabalho. Cada trabalhador dedicou um ex-libris a outro até reunir uma abundância de modelos, expostos na "Prenascimento".

Em diversos espaços da mostra, há fotos dos colaboradores trabalhando na construção do equipamento, que permite que o visitante do espaço sinta-se ainda mais próximo da história de nascimento daquele espaço cultural. A experiência propõe uma volta ao passado da grandiosa estrutura do equipamento.

Com informações portal O Povo +

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