O volume significativo de chuvas também está bem distribuído por todas as regiões hidrográficas do Ceará (Foto: Reprodução/SRH) |
Os dados são preliminares e ainda podem variar ligeiramente para mais ou para menos. Mas eles já superam o registro acumulado de chuva em anos inteiros. Em 2012, primeiro ano da seca mais longa da história do Ceará, foram apenas 365,1 mm nos 366 dias daquele também ano bissexto. As sucessivas marcas também ficaram aquém do esperado em 2013 (549,6 mm), 2014 (548,3 mm), 2015 (523,3 mm) e 2016 (551,3 mm).
A média anual de chuvas no Ceará é de 809,1 mm. Na prática, porém, o grosso do volume se faz na quadra chuvosa, entre fevereiro e maio, que concentra 67% do esperado de precipitação. Março, abril, fevereiro e maio, nesta ordem, tendem a acumular os maiores índices.
Neste ano, em janeiro, o prognóstico meteorológico — pragmático — batia cabeça com a otimista sabedoria popular. O fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e tende a afastar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de chuvas no Nordeste brasileiro, justificavam uma previsão de 45% de chance de precipitação abaixo da média histórica.
A imprevisibilidade da natureza atuou, então, provendo um Oceano Atlântico também hiperaquecido, que afetou a ZCIT e fez o céu fechar bonito pra chover. Primeiro em fevereiro, com 230,6 mm, 90% a mais do que a média. Depois com março com 233,5 mm (desvio positivo de 13,1%). Agora com 193,7 mm, já 1,6% acima da normal climatológica.
O volume significativo de chuvas também está bem distribuído por todas as regiões hidrográficas do Ceará. Atualmente, 10 das 12 regiões marcam precipitação acima do esperado para o trimestre de fevereiro a abril, com destaque para o Litoral (42% mais que a média), Curu (37,5%), Baixo Jaguaribe (37,1%), Metropolitana (36,8%), Coreaú (32,8%) e Salgado (32,6%).
Com as chuvas deste ano, o Ceará registra sangria de 69 dos 157 açudes públicos monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Além deles, outros 13 superaram os 90% e podem em breve verter. Os dados são do Portal Hidrológico.
O Castanhão (Alto Santo / Jaguaribara), maior reservatórios da América Latina, tem 33,55% de carga. O Orós, na cidade homônima, chegou a 72,43%. O Banabuiú (Banabuiú), terceiro de maior porte no Estado, tem 41,24%. Já o Araras, em Varjota, está totalmente cheio desde 10 de abril.
Volume
de chuvas no Ceará entre fevereiro e abril
2009
- 726,4 mm
2010
- 258,8 mm
2011
- 519,7 mm
2012
- 275,8 mm
2013
- 270,2 mm
2014
- 369,7 mm
2015
- 378,5 mm
2016
- 274,5 mm
2017
- 472,6 mm
2018
- 540,2 mm
2019
- 597 mm
2020
- 645,6 mm
2021
- 438,6 mm
2022
- 512,6 mm
2023
- 597,8 mm
2024
- 657,8 mm (dados preliminares até 22 de abril)
Com
informações portal O Povo +
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