O açude Orós, segundo maior do Estado, está com 66,47% de carga (Foto: Reprodução/DNOCS) |
O
resultado deste ano vem depois de dois anos com aportes consideráveis. O volume
recebido dos reservatórios em 2023, até o dia 15 de abril, era de 4.690
hectômetros cúbicos (hm³) de água. Neste ano, a cifra já passou 5.820 hm³. Os
dados são da Resenha Diária da Cogerh, e não incluem a Região Metropolitana de
Fortaleza, bem como não calcula a perda de água com transferência, evaporação e
outras ações. Um hm³ equivale a 1 bilhão de litros de água.
A recarga já chega a 2.793 hm³ a mais nos açudes cearenses desde o início da quadra chuvosa, em 1º de fevereiro. Com isso, 66 reservatórios estão sangrando — entre eles o Paulo Sarasate (Araras), em Varjota, o quarto maior do Ceará. Duas regiões hidrográficas estão com 100% da capacidade, a Litorânea, com dez açudes, e a do Baixo Jaguaribe, que possui apenas um.
A recarga dos açudes conseguiu reverter um cenário que se previa pessimista. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) lançou em janeiro prognóstico que apontava 45% de chances de chuvas abaixo da média histórica para os três primeiros meses de quadra chuvosa (fevereiro-março-abril).
Até agora, entretanto, dados preliminares da Funcação apontam 625 milímetros (mm) de precipitação, valor 20,6% acima do esperado para todo o trimestre. A cifra, inclusive, já supera a média histórica de toda a quadra chuvosa, que é de 609,2 mm, mesmo restando ainda 44 dias até o fim do período.
Atualmente, nenhum dos quatro maiores açudes do Estado está em situação crítica. Maior da América Latina, o Castanhão (Alto Santo / Jaguaribara) encheu de 23,11% para 30,92% — equivalentes a 2.071,43 hm³. O Orós (Orós), segundo maior do Estado, está com 66,47% de carga, enquanto o Banabuiú (Banabuiú) chegou a 40,31%. Por fim, o Araras sangrou pelo segundo ano consecutivo.
Além dos 66 reservatórios vertendo, 14 passaram de 90% cheios. O dado é do Portal Hidrológico da Cogerh e da Funceme, que aponta ainda que 25 reservatórios estão abaixo de 30% da capacidade. O maior é o Pedras Brancas (Quixadá), cuja carga atual é de 29,14% de seus potenciais 456 hm³ — cifra que lhe reserva o posto de sexto maior do Ceará.
Os açudes atingiram metade da carga total no dia 11 deste mês, quando 56 reservatórios estavam vertendo. Já no dia, 13, foi a vez de o Castanhão chegar a 30% de carga. No domingo passado, 14, quatro açudes do Ceará atingiram a capacidade máxima: Santo Antônio de Russas (Russas), Curral Velho (Morada Nova), Cachoeira (Aurora) e Olho d'Água (Várzea Alegre).
Ao
todo, das 12 regiões hidrográficas na qual é dividido o Ceará, duas estão em
100% (Litoral e Baixo Jaguaribe), duas têm mais de 90% de carga (Acaraú e
Coreaú) e apenas três têm menos de 50% da carga total (Banabuiú, Médio
Jaguaribe e Sertão de Crateús). De acordo com a Funceme, há ainda 40% de
probabilidade de chuvas dentro da faixa da média histórica entre abril e junho.
Com informações portal O Povo +
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