Representantes de 200 ONG´s tentam conversa com o presidente para rever a decisão (Foto: Diogo Albuquerque) |
"Recebi com imensa tristeza e indignação a notícia de que o Governo Federal pediu o cancelamento do ato do Ministério dos Direitos Humanos sobre os 60 anos do golpe militar e ainda orientou que nenhum ministro se envolvesse na pauta”, escreveu a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, nas redes sociais.
"Para a UNE, o período deve ser lembrado para que não seja mais repetido e, além disso, é importante reforçar a memória dos milhares que sofreram torturas ou foram mortos denunciando os abusos da ditadura militar. Muitos deles foram estudantes e entre eles os presidentes da entidade, Honestino Guimarães e Helenira Rezende", ressaltou a entidade estudantil em nota.
"O incêndio na sede da UNE, na Praia do Flamengo, em 31 de março de 1964, simbolizou a brutalidade da repressão aos estudantes e à oposição política e a entidade foi uma das principais vozes de resistência durante os 20 anos da ditadura militar", relembra a entidade.
De acordo com a diretora da UNE, em 23 de março haverá um um ato pela democracia e "para dizer que não há anistia para golpista". Será, ainda, planejada uma semana de mobilização para o marco de seis décadas do golpe.
Em
busca de respostas
Já a coalização Pacto pela Democracia, que reúne mais de 200 organizações da sociedade civil, tenta conversa com o governo federal para repensar a decisão tomada. Eles enviaram, na última sexta-feira (8/3), uma carta endereçada à Secretaria de Comunicação da Presidência e ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
"Consideramos este um momento crucial para a reflexão crítica sobre o passado autoritário do Brasil e para o fortalecimento da democracia no presente", inicia o texto.
"É
fundamental que o debate sobre o Golpe de 1964 seja realizado. E, sendo, que
seja de forma ampla e abrangente, com a participação de diferentes vozes e
perspectivas. É necessário que as novas gerações conheçam a história da
ditadura militar, seus crimes e violações de direitos humanos, para que
possamos fortalecer a democracia brasileira e evitar que episódios como este se
repitam", diz ainda trecho da carta.
Com
informações Correio Braziliense
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