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23 de março de 2024

Mês de Março, de chuvas e de Mulheres, por Laura Rios

Em todo período de chuva, Fortaleza tem enchentes, deslizamentos, poluição das águas e dificuldade de locomoções (Foto: Fabiane de Paula)

Existem questões que são sazonais: sempre discutidas, porém com poucos avanços de soluções, e com menos ainda, falta de continuidade nos debates. São questões como os impactos das chuvas na cidade e papel ou direito das mulheres na sociedade. Queria trazer nesse momento, paralelos entre essas questões que serão facilmente perceptíveis ao senso comum.

O que acontece em nossa cidade em todo período de chuva, são as enchentes, os deslizamentos, a poluição das águas, a dificuldade de locomoções, o que reflete muito bem o descaso para questões cotidianas imprescindíveis como o acesso ao saneamento, habitação, a otimização dos serviços públicos quem relação aos resíduos e transporte, as questões não menos importantes, como as ambientais, mas sempre colocadas em segundo plano. E o que isso tem haver com as pautas sobre questão de gênero?

Primeiro quero trazer a reflexão necessária sobre o direito a cidade. O direito à cidade é um direito difuso e coletivo, de natureza indivisível, que diz respeito a todos os habitantes da cidade das gerações presentes e futuras. 

Nesse preceito, todos detêm o direito de habitar, usar e participar da produção de cidades justas, inclusivas, democráticas e sustentáveis. E por isso, o Direito à Cidade é um direito humano que se trata do compromisso ético e político de defesa de um bem comum essencial a uma vida plena e digna em oposição à mercantilização dos territórios da cidade, da natureza e das pessoas.

As questões de acesso a habitação, saneamento por exemplo, estão fortemente relacionadas a desigualdade social. A situação de pobreza, coloca as pessoas diretamente a um maior risco de danos em tempos de chuva. Mas quando observamos o crescimento significante no número de famílias chefiados por mulheres, e que esse formato de família é a dominante entre a população de maior vulnerabilidade social, fica evidente pra nós, que o direito a cidade é afetado não só pela sua condição financeira, mas também pela condição de ordem social que o gênero implica. 

As desigualdades sociais então, não podem ser vistas apenas com a lente sobre a economia, mas de como estruturamos a prioridade sobre as questões de gênero e raças.

Publicado originalmente no portal O Povo +

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