26 de janeiro de 2024

PDT Ceará anula formalmente cartas de anuência a cidistas

A decisão foi tomada em reunião da Comissão Provisória do partido, comandada pelo ex-senador Flávio Torres (Foto: Natinho Rodrigues)

A Comissão Provisória que atualmente dirige o PDT do Ceará emitiu na noite desta quinta-feira, 25, uma resolução partidária "anulando" e tornando "sem efeito" todas as cartas de anuência para desfiliação aprovadas no ano passado para deputados estaduais aliados do senador Cid Gomes (PDT) no partido.

A decisão foi tomada em reunião da Comissão Provisória comandada pelo presidente do órgão, Flávio Torres. A direção pedetista destacou que a concessão de cartas de anuência violou tanto uma deliberação do PDT Nacional de maio de 2022 quanto uma resolução emitida pelo comando nacional da sigla em outubro do ano passado.

Em ambos os casos, o PDT Nacional emitiu orientações no sentido de que quaisquer cartas de anuência para desfiliação de parlamentares precisariam de "crivo" do comando nacional do partido. Após a votação, Flávio Torres determinou a notificação da decisão à Justiça.

A decisão atinge cartas concedidas aos deputados estaduais Salmito Filho, Antônio Granja, Sérgio Aguiar, Romeu Aldigueri, Oriel Nunes Filho, Marcos Sobreira, Lia Gomes, Jeová Mota, Guilherme Landim, Osmar Baquit e Bruno Pedrosa, assim como os suplentes Helaine Coelho, Guilherme Landim e Tin Gomes.

Aprovadas ainda na época em que Cid Gomes estava no comando do partido, as cartas de anuência embasam hoje uma ação no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) onde os parlamentares tentam justificar uma possível desfiliação do PDT. Movimento semelhante foi realizado antes pelo presidente da Assembleia, Evandro Leitão (PDT).

Cartas semelhantes também foram aprovadas para deputados federais do partido. Como nenhum deles, no entanto, utilizou dos documentos em ações na Justiça Eleitoral, a decisão do PDT desta quinta-feira ainda não menciona nenhum destes parlamentares.

O comando da sigla, no entanto, destaca que será editada uma resolução específica para casos dos deputados.

O PDT rachou desde as eleições 2022, dividido entre os partidários da candidatura à reeleição da então governadora Izolda Cela e aqueles que defendiam lançar o ex-prefeito Roberto Cláudio, que acabou sendo o candidato. O pedetista ficou em terceiro lugar.

Parte dos pedetistas, porém, apoiaram Elmano de Freitas, lançado pelo PT depois que o PDT decidiu que Izolda não concorreria. Após a eleição, disputa jurídica e política foi deflagrada no partido entre os que defendem a adesão oficial ao governo Elmano e os que querem a legenda na oposição. Hoje, a sigla tem posição de independência.

O bloco governista do PDT prepara filiação ao PSB, mas os deputados temem perder os mandatos.

Com informações portal O Povo +

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