Cid Gomes lidera o grupo com maior número de prefeitos, inclusive na gestão de Camilo (Foto: Fábio Lima) |
O PDT vive os últimos dias como partido com mais prefeitos, condição que tinha desde 2015, quando o grupo egresso do Pros desembarcou na legenda. O próprio presidente da comissão provisória, Flávio Torres, estima que o número deva permanecer em torno de 10.
O dirigente pedetista, no podcast Jogo Político, na semana passada confidenciou aguardar o dia 4 de fevereiro para ter o cenário concreto. Até lá, ele não ter certeza sobre quantos vão e quantos ficam. "Eu não sei e acho que pouca gente sabe. Eu acho que alguns deles (prefeitos) ainda não sabem".
Nas eleições de 2020, o PDT elegeu 67 prefeitos. Principalmente por causa da divisão durante as eleições de 2022, no fim do ano passado, três meses após as eleições, o número havia caido para 54.
Porém, Cid Gomes não teve sucesso no intento de levar o grupo unido de um partido para outro. Além dos cerca de dez prefeitos que devem permanecer, outros não irão para o PSB. Pelo menos cinco deles se anteciparam e anunciaram filiação ao PT.
Há quem tenha buscado outros destinos, como a prefeita em exercício da Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral. Ela participou de reuniões conduzidas por Cid sobre a saída do PDT, mas tem impedimento local para ingressar no PSB. O prefeito titular de Limoeiro, José Maria Lucena, é do PSB e está rompido com Dilmara.
Ele está licenciado desde outubro, pelo período de 120 dias, quando passou o cargo para a vice. Com problemas de saúde, Lucena foi acusado pela oposição de estar afastado na prática da gestão, mas se recusar a transferir o cargo à vice pelas desavenças. Ele faltou a audiências marcadas pelo Ministério Público e apresentou atestados médicos como justificativa. Nessa situação local, Dilmara acabou buscando o Republicanos, outro partido da base governista estadual.
O PT, partido do governador Elmano de Freitas e do ministro da Educação, Camilo Santana, tornou-se bastante atraente a prefeitos e outros políticos. Está também no Governo Federal, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2020, elegeu 18 prefeitos. Com as migrações ao longo de três anos, chegou a 29 no fim de 2023. E já havia anunciou a filiação de pelo menos mais oito: Marcone Tavares (Aurora), Guilherme Saraiva (Barbalha), Sebastiãozinho (Chaval), Aníbal Filho (Granja), Laís Nunes (Icó) , Ítalo Brito Alencar (Nova Olinda), Professor Marcelão (São Gonçalo do Amarante) e Kennedy Aquino (Uruoca).
O PT nunca foi o partido com mais prefeituras no Ceará, embora tenha tido relevante crescimento desde a primeira eleição de Lula, em 2002. Naquela época, o partido governava dois municípios no Ceará: Icapuí e Quixadá. Aproxima-se agora dos 40.
O PSB elegeu 8 prefeitos em 2020, mas já foi favorecido nas articulações, em particular depois que a presidência estadual foi assumida por Eudoro Santana, pai de Camilo. No fim de 2023, o partido chegou a 18 prefeitos. A legenda apoiou o PDT, com Roberto Cláudio, nas eleições de 2022. Sob o comando de Eudoro, passou à base do governo Elmano.
Dessa forma, caso confirme a filiação de aproximadamente 40 prefeitos ligados a Cid Gomes, o PSB se isolará como maior força e terá inclusive mais prefeitos que os 54 que o PDT tinha antes da debandada.
O PSB foi o partido com maior número de prefeitos do Estado por breve período, em 2013, após o resultado eleitoral de 2012 até o grupo migrar para o Pros, em setembro daquele ano. Nas décadas anteriores, na maior parte do tempo o grupo Ferreira Gomes foi, na maior parte do tempo, a segunda maior força política do Estado, fosse no PPS ou no PSB. Está na condição de principal força pelo menos desde as eleições de 2012, há 12 anos.
A condição é agora ameaçada pelo PT de Camilo e Elmano. Isso se forem consideradas separadamente as duas metades do grupo Ferreira Gomes, pois o bloco se dividiu. Enquanto a maioria acompanha Cid Gomes rumo ao PSB, há o setor ao qual Ciro Gomes é ligado, que segue no PDT. Essa é a ala liderada pelo ex-prefeito Roberto Cláudio e pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto, principal aposta pedetista nas próximas eleições.
Já a disputa entre PT e PSB pela liderança no número de prefeitos é amistosa. Afinal, o grupo de Cid deixa o PDT justamente por defender o apoio formal ao Governo do Estado, que é do PT. Além disso, com o Estado, a Assembleia Legislativa e o Governo Federal, não há dúvida hoje sobre a hegemonia política do PT no Estado.
Embora o partido não governe hoje nenhuma das cinco maiores prefeituras. Condição que a legenda trabalhará para reverter nas eleições de outubro.
Com
informações portal O Povo +
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