Mutirão de renegociação segue até 8 de dezembro (Foto: Samuel Setubal) |
O dado é da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a segurança financeira dos consumidores advém da melhora das condições econômicas do País.
"O progresso do mercado de trabalho, mesmo em menor escala, com a maior contratação esperada neste período de fim de ano, vem favorecendo os orçamentos domésticos, indicando que menos pessoas estão recorrendo ao crédito, pois estão conseguindo arcar com as dívidas correntes", explica.
Além disso, o índice de famílias inadimplentes alcançou 29%, o menor nível desde junho de 2022. Já o número de pessoas que afirmaram não ter condições de pagar dívidas de meses anteriores recuou, no mês, para 12,5%, mas continua superior ao nível de novembro de 2022.
"A queda, embora ainda pequena, traz um importante indício de eficácia do programa Desenrola", explica o economista-chefe da CNC e responsável pela pesquisa, Felipe Tavares.
Pelo recorte salarial, a faixa de renda média (5-10 SM) registrou um aumento do volume de pessoas endividadas, voltando aos níveis observados em novembro de 2022. Ainda assim, a maioria desses consumidores (35%) considera-se “pouco endividada”.
No entanto, esse grupo também apresentou o quarto aumento consecutivo do número de dívidas em atraso, atingindo o nível mais alto da série histórica, com 24,2%.
Apesar da proporção dos que afirmam não ter condições de pagar dívidas atrasadas tenha diminuído na maioria dos grupos, ela permanece acima do resultado do ano anterior em todos eles.
"No que diz respeito aos consumidores de baixa renda (0-3 SM), estes apresentam o maior percentual de dívidas em atraso, atingindo 36,6%, e são aqueles com maior probabilidade de não conseguir arcar com essas dívidas, representando 17,2%. Agravando a situação de inadimplência, esses consumidores têm uma alta dependência de dívidas, comprometendo 31,9% de sua renda", analisa Tavares.
Cartão
de crédito é o mais utilizado entre endividados
O cartão de crédito continua sendo o ativo mais utilizado entre os endividados, representando 87,7% do total de devedores, com um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior.
Outros que registraram avanços foram o crédito consignado e o financiamento imobiliário (0,5 p.p. e 0,4 p.p., respectivamente), enquanto as demais modalidades perderam representatividade na carteira de crédito dos consumidores.
Proporção
de endividados entre gênero cai, mas mulheres continuam mais endividadas
Em um ano, a proporção de consumidores endividados diminuiu nos dois grupos de gênero, mas, entre as mulheres, a queda foi mais intensa (-3,4 p.p.) comparada aos homens (-1,5p.p.).
Levando em consideração o mês de outubro, o volume de mulheres endividadas manteve a tendência de queda, enquanto o endividamento entre o público masculino teve ligeiro aumento (0,4 p.p.).
Dados
da Peic também registram que mais mulheres reportam dificuldades de quitar
todas as dívidas em dia (30,1%) do que homens (28%).
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