No discurso de abertura da COP28 Lula afirmou não ser possível enfrentar a mudança do clima sem combater as desigualdades (Foto: Ricardo Stuckert) |
"Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta? Somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2,224 trilhões em armas, quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática", enfatizou. "Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas? A conta da mudança climática não é a mesma para todos. E chegou primeiro para as populações mais pobres", completou.
Lula defendeu que os países mais desenvolvidos ampliem suas metas de descarbonização para limitar o aumento do aquecimento global em 1,5%. O presidente destacou os ajustes feitos pelo país nas metas climáticas, que segundo ele "são hoje mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos".
"Reduzimos drasticamente o desmatamento na Amazônia e vamos zerá-lo até 2030. Formulamos um plano de transformação ecológica para promover a industrialização verde, a agricultura de baixo carbono e a bioeconomia. Forjamos uma visão comum com os países amazônicos e criamos pontes com outros países detentores de florestas tropicais", mencionou.
O chefe do Executivo aproveitou para destacar a importância das energias renováveis e sobre a redução da dependência do petróleo. "É hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis", afirmou. As declarações do petista ocorrem no momento em que o Brasil avalia aceitar o convite da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para aderir à Opep.
O petista ainda alfinetou os países ricos por não cumprirem a promessa de ajudar financeiramente os mais pobres no combate às mudanças climáticas. "O planeta já não espera para cobrar da próxima geração. O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos. De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas. Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega, de discursos eloquentes e vazios. Precisamos de atitudes concretas", destacou.
Ele ressaltou que, de longe, 2023 já é considerado um dos anos mais quentes e citou ondas de calor, secas e enchentes no Brasil. "A ciência e a realidade nos mostram que, desta vez, a conta chegou antes." Acrescentou que "não é possível enfrentar a mudança do clima sem combater as desigualdades".
A ONU também foi alvo de críticas de Lula, pela incapacidade de manter a paz em conflitos mundiais, "porque alguns dos seus membros lucram com a guerra". "Governantes não podem se eximir de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos, além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo", garantiu.
Neste
sábado, no segundo dia de participação na COP28, a agenda de Lula continua
cheia. Ele participa da reunião do G77 China sobre Mudança do Clima; do evento
sobre Florestas: Protegendo a Natureza para o Clima, Vidas e Subsistência, de
um almoço de trabalho com o presidente da França, Emmanuel Macron; e de
encontros com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, com o presidente da
Comissão da União Africana, Moussa Faki, com o primeiro-ministro da República
Democrática Federal da Etiópia, Abiy Ahmed Ali e , por fim, da Celebração do
Dia Nacional dos Emirados Árabes Unidos.
Com
informações portal Correio Braziliense
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