30 de dezembro de 2023

7 coisas que agitaram a política do Ceará em 2023, por Érico Firmo

Érico Firmo é editor-chefe de Política no O POVO (Foto: Fco Fontenele)

O ano de 2023 foi um marco na política cearense. Consolidou o rompimento de Ciro Gomes com Cid Gomes e os outros irmãos, numa divisão profunda do antigo bloco hegemônico. Há um novo governador, Elmano de Freitas (PT), enquanto o prefeito José Sarto (PDT) conseguiu dar uma virada ao longo do ano pelo menos em relação ao clima em torno da gestão. Poucos o consideram carta fora do baralho da reeleição. Camilo Santana (PT) iniciou a trajetória no âmbito federal e consolidou o status de maior líder da política estadual. Evandro Leitão trocou o PDT pelo PT, num movimento que seria improvável no fim de 2022 e cujas consequências veremos em 2024. E a direita também se movimentou. Segue um resumo de 7 acontecimentos que deram o tom da política do Ceará em 2023.

1) PDT rachou que apartou

O PDT Ceará se dividiu nas eleições, mas o que se viu em 2022 foram bolinhas de sabão em comparação com o que houve no ano que termina. Os irmãos Ciro Gomes e Cid Gomes partiram para o confronto aberto. Houve brigas públicas, bate-bocas, disputa judicial, até os cidistas decidirem finalmente deixar o partido. Mas a situação termina o ano sem estar solucionada e irá ainda ter um fecho em 2024.

2) Primeiro ano de Elmano

Elmano de Freitas assumiu o governo com dificuldade nas finanças, a ponto de aumentar imposto ser uma das primeiras medidas. Entregou as principais promessas, a campanha contra a fome e o mutirão de cirurgias, além da gratuidade em ônibus intermunicipais, ainda bem incipiente. O governo sofre críticas duras de adversários e ainda não empolga.

3) Sarto da Taxa do Lixo às gratuidades

O ano do prefeito Sarto foi agitado. A oposição na Câmara Municipal deu trabalho, a Taxa do Lixo provocou desgaste, foi suspensa e depois liberada pela Justiça. A primeira metade do ano foi de agenda bem negativa, mas as coisas melhoraram com a entrega de obras e a gratuidade estudantil nos ônibus.

4) Evandro agita PT

Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa, causou alvoroço ao sair do PDT e chegou recebido com festa e polêmica no PT.

5) Camilo em Brasília de olho no Ceará

Em um dos mais importantes ministérios do governo Lula (PT), Camilo Santana foi personagem destacada no noticiário nacional, mas em nenhum momento deixou esfriar a relação com o Ceará. Não quer descuidar da condição de maior líder político do Estado.

6) Disputa e acordo no bolsonarismo

O PL foi uma agitação só. André Fernandes foi acusado de estimular os atos golpistas de 8 de janeiro, propôs uma CPI que se voltou contra Jair Bolsonaro e até ensaiou investigá-lo. No Ceará, após breve disputa interna, saiu na condição de nome para disputar a Prefeitura, depois que Carmelo Neto desistiu para assumir a presidência estadual. A bancada estadual foi cassada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) e recorrerá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

7) Wagner só observa

Da Secretaria da Saúde de Maracanaú, Capitão Wagner (União Brasil) foi mais espectador de um ano conturbado, mas que a rigor foi de preparativos para 2024.

Bônus

Estes foram alguns dos destaques. Houve outros, como movimentadas visitas de Lula e Bolsonaro. Prefeitos sumidos, e que tiveram de se afastar, em Limoeiro do Norte e Tianguá. O ineditismo do Psol governista. Em 2024 tem mais. Feliz ano novo para a política.

Publicado originalmente no portal O Povo +

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