A intervenção foi anunciada pelo presidente nacional do partido, o deputado federal André Figueiredo (Foto: Reprodução/PDT)
A decisão foi tomada durante encontro do colegiado em Brasília. Presentes em modalidade híbrida, integrantes da executiva aprovaram, por unanimidade, parecer da comissão de ética cujo processo foi instaurado após rodada de discussão no dia 27 de outubro.
Nele,
a direção cearense do PDT foi acusada de descumprir regimento interno da sigla,
incorrendo em atos considerados ilegítimos pela cúpula trabalhista.
Presidente nacional interino do PDT, o deputado federal André Figueiredo afirmou, em conversa com O POVO, que a intervenção na célula estadual da agremiação se deu em razão de uma "situação absolutamente insustentável, com divergências sendo explicitadas, o que estava tornando impraticável uma convivência pacífica".
"Principalmente", disse ele, "quando a gente vê que o que se colocou em prática desde o ano passado é uma tentativa de destruir o PDT, seja por forças dentro do PDT ou por fora do PDT".
Ainda segundo o pedetista, o quadro de comprometimento das estruturas partidárias teria se tornado mais evidente "com a primeira carta de anuência ao presidente da Assembleia Legislativa, que é um deputado do PDT, para disputar contra o nosso prefeito (José Sarto) e, no dia de ontem (quarta-feira), cartas de anuência sendo concedidas aos borbotões".
Figueiredo se referiu à agenda durante a qual Cid e aliados conduziram votação que acabou por aprovar quase duas dezenas de permissões para que deputados estaduais e federais, entre titulares e suplentes, possam eventualmente deixar o PDT sem risco de perda de mandato.
"É inimaginável que essa situação pudesse perdurar no partido", ressaltou o deputado, justificando em seguida que, por isso, "essa intervenção foi aprovada".
"Deu-se amplo direito de defesa (ao diretório) e hoje (ontem) votamos o parecer da comissão de ética. Foi votado por unanimidade, tendo o professor Flávio Torres como presidente dessa comissão provisória interventora", concluiu.
Essa é a segunda vez em que Cid é destituído da direção do PDT no Ceará. Antes disso, quando acumulava os comandos do partido local e nacionalmente, Figueiredo já havia dissolvido a célula estadual.
À época - no começo de outubro -, o senador recorreu da decisão, obtendo vitória na Justiça, que determinou que o diretório fosse restabelecido e a comissão provisória, então ocupada por Cristhina Brasil, desfeita.
Correligionários, Figueiredo e Cid disputam a liderança do PDT desde julho passado. Após uma série de choques e críticas mútuas, ambos chegaram a um acordo pelo qual o ex-governador exerceria a presidência até o fim deste ano, período depois do qual o deputado reassumiria o partido, com apoio declarado de Cid.
Esse acerto, contudo, foi por água abaixo nas semanas que se seguiram aos primeiros encontros organizados por Cid, um dos quais terminou por chancelar a saída de Evandro Leitão do PDT, com a concessão de carta de anuência.
A queda de braço pela direção é parte de uma tensão mais ampla, que opõe, de um lado, o grupo de Ciro Gomes e do ex-prefeito Roberto Cláudio, e, do outro, a ala cidista, que tem adesão da quase totalidade das bancadas trabalhistas na Assembleia e na Câmara dos Deputados, além de prefeitos cearenses, hoje à espera de uma definição para o futuro político do senador.
Com
informações portal O Povo +
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