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18 de novembro de 2023

Para onde vai Cid Gomes, por Henrique Araújo

Cid Gomes em recente reunião com aliados no PDT (Foto: Fernanda Barros)

De malas prontas para deixar o PDT, o senador Cid Gomes procura o seu sétimo domicílio partidário em mais de três décadas de vida pública, que inclui a Prefeitura de Sobral, mandatos na Assembleia, assento de governador e cadeira no Congresso.

Nesse percurso, Cid filiou-se a PMDB, PSDB, PPS, PSB, Pros e, por último, ao Partido Democrático Trabalhista, do qual vem dando sinais eloquentes de que pretende sair.

Se a desfiliação do ex-governador já é dada como certa, o ingresso noutra legenda está cercado de incógnitas que vêm alterando o humor do mercado político local, despertando reações e antecipando dificuldades que o ainda pedetista talvez tenha pela frente.

A mais recente delas diz respeito a uma possível entrada de Cid no PT. Trata-se de enredo inusitado. Afinal, apenas cinco anos atrás, recém-eleito para o Senado, Cid dividia palco com Camilo Santana e Izolda Cela no primeiro evento de apoio a Fernando Haddad no segundo turno contra Jair Bolsonaro, à época no PSL.

Naquela noite, provocado por petistas, ele proferiu a famosa frase: "O Lula está preso, babaca", depois repetida por Ciro, o irmão, em mais de uma ocasião. Tumulto formado, Cid deixou o espaço sob escolta de aliados, pondo fim ao evento. O resto é história.

Embora não haja nada de concreto além da alegada permissão de Lula para um convite apresentado por Camilo, o gesto tem - e ainda terá - grande repercussão política.

Por dois motivos: primeiro, porque partiu de Camilo e, antes dele, do governador Elmano de Freitas, dois nomes de grande peso para definição de candidatura ano que vem. Segundo, porque deixa evidente a relevância de Cid para a sustentação desse bloco hegemônico no estado.

Para o senador, no entanto, de todas as cartas em suas mãos, o PT é a que se mostra mais arriscada. Falando em bom português: o partido é um grande campo minado para o cidismo e seus seguidores, que se diluiriam dentro de uma máquina com dinâmicas próprias e lideranças já estabelecidas, com funções e espaços definidos.

Qual é a alternativa de Cid, então? A preço de hoje, a mais razoável é o Podemos, uma vez que as demais forças no arco de aliança estão loteadas e nem mesmo o PSB, apesar de todos os acenos de Eudoro, seria um porto-seguro.

Publicado originalmente no portal O Povo +

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