22 de outubro de 2023

Vacina brasileira contra dependência em cocaína e crack vence o Prêmio Euro

Ângelo de Fátima, Gisele Goulart, Frederico Garcia e Maila de Castro conduzem os estudos (Foto: Arquivo pessoal)

Na noite da última quarta-feira (18/10), ocorreu, em São Paulo, a cerimônia de entrega do prêmio que reconhece grandes inovações da área médica. A equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) superou outras 11 iniciativas com a Calixcoca, vacina terapêutica contra a dependência química pela cocaína e crack.

A equipe levou o prêmio no valor de 500 mil euros (R$2,6 milhões), na premiação organizada pela multinacional farmacêutica Eurofarma. A vacina SpiN-Tec, também desenvolvida pela UFMG, contra a covid-19, recebeu 50 mil euros por ter sido uma das vencedoras na categoria "inovação em terapias".

De acordo com a Faculdade de Medicina da UFMG, o financiamento para desenvolver a vacina tem sido do governo federal e de Minas Gerais, com verbas de emendas parlamentares, e depende de novos recursos para dar continuidade. Em julho deste ano, o secretário da Saúde Minas Gerais, Fábio Baccheretti, havia anunciado durante visita da ministra Nísia Trindade a UFMG, o aporte de R$10 milhões no projeto. Mas a busca por novos parceiros para licenciar a vacina continua e é feita pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da Universidade.

Atualmente não existem tratamentos registrados em agências reguladoras para a dependência química em cocaína e crack. As alternativas existentes são tratamentos comportamentais ou o uso de medicamentos com a função de ajudar a tolerar a abstinência.

Calixcoca

O medicamento desenvolvido na UFMG induz o sistema imune a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga numa molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica — estrutura que tem função de regular o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central.

O teste feito em ratas grávidas, atestou que a vacina produz níveis significativos de anticorpos e impede a ação da droga na placenta e no feto. O projeto já passou pelos testes pré-clínicos, em que comprova segurança e eficácia, e a partir de financiamentos poderá avançar para a etapa com humanos.

Com informações portal Correio Braziliense

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