O senador Cid Gomes e o deputado André Figueredo na última reunião juntos (Foto: Divulgação/PDT)
Fosse uma novela, o capítulo final desse drama recente do PDT deveria ter coincidido com o resultado das urnas. O partido fez uma escolha por uma candidatura ao Governo do Estado em 2022 que, a rigor, nunca chegou a ser abraçada por suas principais lideranças e saiu derrotado. Isso, formalmente.
Informalmente, houve e há uma parcela considerável do PDT que saiu vitoriosa, à revelia da burocracia interna do partido. De algum modo, a questão se resolveu por si e hoje o que se vê é uma disputa mais retórica para saber quem fala ou ri por último.
O PDT já não é nem está no centro do poder no Ceará. Que falta faz à gestão Elmano de Freitas ter a legenda em sua base? Qual é o grande projeto do governador que tem sido inviabilizado pela oposição do partido? É possível que se pense que o problema seja o futuro político da Capital. Também é falsa essa tese. Desde 2012, quando a confusão da vez era saber se o PSB de então deixaria ou não de caber num Fusca, o grupo que administra a Prefeitura de Fortaleza e o PT não se bicam. A preço de agora, não há sinal algum de alinhamento para 2024, e a cidade não vai acabar por isso. É vida que segue.
De fora, parece evidente que o momento de um PDT inflado e influente no Ceará passou. Admitindo que a política seja feita de ciclos, isso não chega a ser propriamente um problema. É natural e bem-vinda uma reacomodação das lideranças. O que é estranho é acompanhar esse sangramento público de uma legenda que, dia desses, abrigava nossa governadora.
A política tem um tempo particular, evidentemente, e a impressão que fica é que o PDT perdeu essa noção. No partido, tanto no de fato quanto no de direito, há quadros que podem contribuir muito mais para a vida real dos cearenses se a opção real fosse parar de puxar esse cabo de guerra
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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