Renato Roseno defende que o Mausoléu Castelo Branco seja transformado em memorial das lutas pela liberdade e democracia (Foto: Divulgação/Psol) |
O Mausoléu, que já não abriga os pertences do primeiro ditador brasileiro, Castelo Branco, tornou-se um vestígio anacrônico que o Brasil está determinado a superar. O governador pretende transformá-lo em memorial das lutas pela liberdade e democracia.
Em uma onda global de preservação da verdade, memória e justiça, países como Argentina, Chile e Colômbia têm identificado e preservado centenas de locais de memória. Esses espaços servem como lembretes tangíveis das violações dos direitos humanos ocorridas sob regimes autoritários. Em um movimento similar, Liverpool substituiu estátuas de mercadores de escravos por placas educativas, destacando eventos históricos importantes que não devem ser apagados nem repetidos.
A proposta de Elmano de Freitas não é a demolição do Mausoléu, mas sim sua transformação em um espaço que reflete os valores democráticos e de direitos humanos. A iniciativa está alinhada com a crescente conscientização sobre a importância de se lembrar e aprender com o passado. No Ceará, em que homens e mulheres negros e negras se lançaram de maneira pioneira pela liberdade, recentemente assinamos, pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, um protocolo com Seduc, Secult e Sedih para mapear e identificar lugares de memória, conforme estabelecido pela OEA. Assim, todos aqueles lugares onde foram cometidos graves violações dos direitos humanos deverão ser preservados para que sejam usados com o intuito de repensar, recuperar, honrar e reparar as vítimas junto a futuras gerações.
Assim,
o Ceará se junta a países e cidades como Chile, Argentina, Colômbia e
Liverpool, que estão tomando medidas proativas para honrar a verdade e a
memória. Essa é uma luta que ressoa globalmente com um apelo universal: para
que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça.
Publicado originalmente no portal O Povo +
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