Caminhada do Grito dos Excluídos, no bairro Messejana, em Fortaleza (Foto: Fernanda Barros)
Os eixos discutidos na marcha são políticas públicas; democracia e soberania; violências estruturais, patriarcado, machismo e racismo; povos originários; e desigualdade, economia e justiça social.
Na avenida Jornalista Tomaz Coelho, grupos com bandeiras e blusas de movimentos sociais iniciaram a marcha em caminhada até a Praça da Matriz do bairro Messejana. Era possível escutar os primeiros gritos e cânticos pelas ruas do entorno.
Membro
da equipe de metodologia dos Excluídos da Arquidiocese de Fortaleza, Francisco
Vladimir explica que o Grito dos Excluídos tem como finalidade chamar a
sociedade para questões que afetam as comunidades e merecem atenção.
“Nós queremos trazer para as ruas as reivindicações dos movimentos populares, das pastorais sociais, dos organismos da igreja católica. O grito é uma expressão de tudo aquilo que esses organismos já trabalham: pessoas excluídas dos direitos sociais, da terra, da moradia, do acesso à água, do acesso ao ensino público”, comenta Francisco Vladimir.
Participaram da manifestação entidades e movimentos como Movimento de Conselhos Populares (MCP); Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP); Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP); Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP), federação dos Bairros e Favelas, Central Única dos Trabalhadores, entre outros.
Também esteve presente o Movimento Negro Unificado (MNU). “Estamos aqui para somar ao Grito dos Excluídos a luta por moradia e dignidade para as famílias carentes da periferia da nossa cidade, o direito por uma educação de qualidade e ainda o combate à violência policial”, pontuou Daniela Silva, coordenadora municipal do MNU e articuladora nacional Coalizão Negra Por Direitos.
A
origem do Grito dos Excluídos
O Grito dos Excluídos é um movimento que teve início em 1994, como uma resposta à celebração do Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro. Desde então, todos os anos, grupos e organizações sociais se reúnem em diversas cidades do País para protestar contra a exclusão social, a desigualdade econômica, a violência, a discriminação e outras injustiças que persistem na sociedade brasileira.
O desfile de 7 de setembro levou uma multidão à Avenida Beira-Mar. O público aglomerado nas calçadas disputava um lugar para ver a passagem de diversas instituições, que participaram das comemorações do Dia da Independência do Brasil. Muitas famílias, crianças e idosos acompanharam o evento, que começou às 8h30min. De acordo com informações da 10ª Região Militar, havia mais de oito mil pessoas no local.
O “sol quente” característico do horário do desfile não foi um empecilho para que o público permanecesse até o final, quando o general de Divisão, Cristiano Pinto Sampaio, fez o tradicional pedido ao governador, Elmano de Freitas, para encerrar o desfile. O governador respondeu ao comandante militar dando a permissão e elogiando a beleza do evento.
Um esquema de trânsito foi montado pela Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) para garantir que o público tivesse mais segurança para trafegar a pé até a Avenida Beira-Mar e se acomodar para ver a passagem dos desfiles. A frota de ônibus também foi reforçada na área.
O Exército Brasileiro, Marinha, Força Aérea, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal, Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu), Guarda Municipal de Fortaleza, Defesa Civil, escolas civis e militares passaram pela avenida com suas bandas, pelotões em marcha ou frota de veículos.
O
verde e amarelo não esteve tão presente neste ano, apesar de continuar sendo
uma marca do evento cívico-militar. Além de ter menos pessoas vestidas com as
cores, também havia menos gente com bandeiras do Brasil. Também não houve
manifestações político-partidárias durante as comemorações da Independência.
Com
informações portal O Povo +
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