Deputados estaduais e federais aliados de Cid estiveram com o senador na reunião da executiva nacional (Foto: Divulgação/Twitter)
Na prática, André Figueiredo segue à frente de ambas as instâncias, mas a estadual perderia força. Segundo ele, a presidência estadual agora vai ser dirigida pela executiva nacional e o diretório “trouxe para si a responsabilidade”. O dirigente ressaltou ao fim do encontro que “No direito administrativo, é transferência de uma competência de uma instância inferior para instância superior".
A reunião foi uma resposta às movimentações do senador e os seus aliados que articulavam uma convocação de reunião do diretório estadual na sexta-feira, 7, para destituir Figueiredo do cargo de presidente do PDT-CE. Ato considerado “ilegal” pelo deputado e que, segundo ele, poderia causar “consequências imprevisíveis”.
Perguntado se seria uma tentativa de golpe, como alegam seus aliados, André foi enfático: “Se eu sou presidente do PDT até 31 de dezembro 2023 na certidão emitida pela Justiça Eleitoral e não há previsão estatutária de reunião de diretório para destituir executiva legitimamente eleita para um mandato, a tradução é muito simples”, disse.
A decisão para Figueiredo seria evitar mais desgaste interno. “O clima de animosidade entre algumas pessoas está muito elevado, nós temos absoluta certeza que esse ato poderia acontecer sob pena de levar ainda mais desgaste pelo PDT”, disse.
Justamente, Figueiredo e Cid foram as abstenções na votação, que terminou com sete votos a zero. Na saída do encontro, o senador não quis comentar a reunião e repetiu que "o presidente que fala pelo partido". Ao longo da reunião, que repetiu o "clima" de outros encontro pedetistas, era possível escutar de fora da sala gritos e falas exaltadas.
Cid, algumas horas depois, convocou uma coletiva ao lado de deputados que lhe são aliados. O senador negou que tenha sido aprovada uma intervenção do diretório nacional isso porque a reunião teria sido convocada para tratar do artigo 67 do regimento interno da legenda.
O texto trata sobre casos de falta de ética ou disciplinar, caso que garante ao âmbito nacional poder "avocar" as decisões. "A interpretação de que isso pode significar, substituir os poderes de um diretório, é absolutamente equivocada", disse.
E seguiu: "O nosso entendimento é de que o diretório estadual do PDT do Ceará está em pleno vigor, ele tem até vigência até 31 de dezembro de 2023. São mais seis meses de vigência e está mantida a convocação do diretório, coisa prevista no estatuto", ressaltou, mencionando a reunião na sexta-feira, 7.
O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), um dos nomes próximos a Cid, ressaltou o clima ainda incerto diante da decisão. Em fala semelhante ao senador, ele afirmou que a aprovação seria para avaliar processos disciplinares de parlamentares, não existentes no Ceará.
“Eles (o diretório nacional) entendem que, do meu ponto de vista erroneamente, quando avocam, eles estão avocando a decisão do diretório. Eu acho que juridicamente isso não é previsto. Eles poderiam ter tomado outra atitude. De intervenção, de solução, era outra coisa”, afirmou o deputado.
Da bancada federal, apenas dois deputados, Mauro Filho e Idilvan Alencar, não participaram. Ex-ministro e presidenciável, Ciro Gomes, participou de forma virtual, como vice-presidente da legenda.
Os parlamentares estaduais também compareceram em peso sob a liderança de Cid, como o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, e o líder do Governo, Romeu Aldigueri. A deputada Lia Gomes, irmão de Cid e Ciro, também esteve presente.
Com
informações portal O Povo +
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