André Figueiredo deve se licenciar do PDT Ceará e abrir espaço para Cid

O deputado trava uma batalha de versões com o senador Cid Gomes
sobre uma reunião do diretório nacional do PDT (Foto: Divulgação/Facebook/Twitter)

Brasília foi palco de mais uma reunião da cúpula do PDT, que vive uma escalada de tensões entre alas que querem a presidência estadual da legenda. Ontem, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, o senador Cid Gomes e o deputado André Figueiredo encaminharam um acordo que resultaria com a licença do deputado da presidência do diretório estadual da legenda. No arranjo, ele seguiria no comando nacional da sigla, cargo passado a ele com a ida de Lupi para o Governo Federal.

Conforme O POVO apurou algumas horas após o encontro, Cid, que é vice-presidente do PDT no Ceará, assumiria interinamente o cargo de líder estadual. Ainda não há definição, até o momento do fechamento da matéria, por quanto tempo seria a licença de Figueiredo nem de outros termos acordados.

Algumas das pautas em embate entre as alas pedetistas, como o partido ir para a base do governador Elmano de Freitas (PT) ou apoiar a candidatura à reeleição em 2024 do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) seguem sem detalhes claros.

O deputado foi consultado sobre o assunto, mas não retornou contato. A informação é que não haveria pronunciamento sobre o tema neste primeiro momento.

Cid e Figueiredo participaram juntos da reunião da bancada cearense - os 22 deputados federais e três senadores - com Elmano na Residência Oficial do Estado do Ceará em Brasília. No fim da noite, Cid, Lupi e Figueiredo se reuniram no Ministério da Previdência.

A decisão de Figueiredo se licenciar do PDT-CE, caso se confirme, cancelaria a reunião marcada para amanhã (07/07), por aliados de Cid, em uma tentativa de destituir Figueiredo.

Ainda na manhã de ontem, o clima ainda estava longe de um entendimento. O senador disse que estava mantida a convocação, mesmo que a sede do partido estivesse fechada a mando do atual dirigente.

"Se houver cordialidade, gentileza, democracia, essa reunião acontecerá dentro da sede do partido. Mas, como sou uma pessoa já vivida, de alguma experiência, já aconteceu num outro partido que não abriram a sede e foi feita a reunião fora. Tomara que não aconteça isso, mas, se necessário, irá ocorrer", disse o senador.

Indagado sobre o aviso de Figueiredo de que puniria os filiados que fossem à reunião, o senador respondeu: "Se eu estou falando em entendimento e ele está falando em punição, me perdoe, por aí a gente vê quais são as disposições".

Cid ressaltou que não tem nada de pessoal contra Figueiredo, mas afirmou que chegou a um momento "em que a grande maioria do partido está entendendo que ele não está mais falando em nome da grande maioria do partido". A tese da maioria já vinha sendo batida por Cid e seus aliados para levar o senador para a cadeira de presidente estadual.

O senador e o deputado travaram batalha de versões sobre o que teria acontecido em uma reunião do diretório nacional do PDT no início da semana. Figueiredo afirma que foi decidido passar os poderes da executiva do Ceará para a nacional, enquanto Cid argumentava que não foi mencionado nada relacionado a isso.

André confirmou que houve a passagem de funções entre as instâncias, o que na prática manteria as decisões do partido sob seu crivo. Segundo ele, a presidência estadual seria dirigida pela executiva nacional e o diretório “trouxe para si a responsabilidade”.

Cid contestou. Em sua visão, a reunião foi convocada para tratar do artigo 67 do regimento interno da legenda, que fala sobre casos de "falta de ética ou disciplinar" e o âmbito nacional poderia "avocar" as decisões. "Estamos pedindo os vídeos e a ata do partido, está aqui 20 testemunhas. Estavam todos presentes que não se falou intervenção, falou-se da aplicação do artigo 67", disse.

Com informações portal O Povo +

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