Os aspectos socioeconômicos da mineração de cobre e os impactos no Meio Ambiente

Mina de Cobre na Chapada em Goiás (Foto: Divulgação/Brasil Mineral)

Os principais impactos da mineração de cobre ocorrem no solo e nas águas superficiais e subterrâneas. No solo, o cobre ataca fortemente a matéria orgânica, impede o crescimento da vegetação e é uma via para a acumulação em animais. Porém, devido as suas características físico-químicas, a contaminação em solos é próxima a fonte, não percorrendo grandes distâncias. A principal fonte de contaminação é através das pilhas de rejeito.

Nas águas, o cobre é capaz de contaminar grandes áreas, sua principal fonte são as águas residuais da lavra. É uma ameaça principalmente para a saúde humana se consumida água contaminada. A água com conteúdo superior a 1 mg/l pode contaminar com cobre as roupas e objetos lavados com ela, e conteúdos acima de 5 mg/L tornam a água colorida com sabor desagradável.

Outros problemas ambientais possíveis são a erosão, subsidência, abandono de resíduos perigosos, como a devastação de extensas áreas de vegetação, perda de biodiversidade e contaminação de aquíferos e cursos de água.

Além dos impactos causados pela mina em funcionamento também é preciso levar em consideração quanto esta é abandonada sem um plano de desativação.

Principais Aspectos no Brasil

Mina de Cobre em Caraíba na Bahia (Foto: Divulgação/Brasil Mineral)

A mineração brasileira do cobre possui estrutura industrial muito recente, por isso é a mineração que melhor retrata o equacionamento e o gerenciamento das questões ambientais diretas ou indiretas.

As minas além de serem ambientalmente licenciadas conforme a Legislação Ambiental (federal e estadual) também possuem equipamentos, instalações e técnicas operacionais que, comprovadamente, mitigam impactos ambientais resultantes, inexoravelmente, da atividade mineira.

As bacias de rejeitos são convencionais e foram construídas dentro do melhor padrão geotécnico e de engenharia existentes, que permitem atender os mais rigorosos requisitos de segurança ambiental. Programas de gerenciamento de resíduos sólidos estão implantados em todas as minas e usinas. Como exemplo, pode-se destacar a Mineração Caraíba, na qual os rejeitos da concentração são reaproveitados, juntamente com água e cimento, em preenchimentos de recalces e pilares desmontados na lavra subterrânea.

Conforme constatado, programas de gestão e controle ambiental, programas de qualidade das águas de processo e efluentes, programas de controle de emissões atmosféricas, programas de preservação e conservação ambiental de áreas circunvizinhas à mina, programas de áreas degradadas e mineradas, programa de gestão de resíduos industriais (que não os rejeitos de lavra e beneficiamento) e programa de redução de consumo de água e energia, bem como de combustíveis, dentre outros, já estão implantados ou em implantação nas minas de cobre brasileiras. Ainda na questão ambiental, cabe mencionar o trabalho de integração da empresa mineradora de cobre com a comunidade do município (em geral, de baixo índice de desenvolvimento humano), onde se situa a mina, seja contribuindo para melhorias da infraestrutura urbana (saneamento, por exemplo), seja na área educacional e de saúde, ou ainda na contratação de serviços, independentemente do fato de ser a principal empregadora na região. Os exemplos da Mineração Caraíba em Jaguarari, da Mineração Maracá em Alto Horizonte, da Vale em Canaã dos Carajás, bem como do Grupo Votorantim em Niquelândia, mostram claramente uma nova e avançada visão empresarial da questão ambiental, no seu aspecto socioeconômico.

Aplicações do Cobre

Mina de Cobre em Sossego no Pará (Foto: Divulgação/Brasil Mineral)

O cobre pode ser encontrado em cabos condutores de energia elétrica (destino de aproximadamente 45% do consumo anual de cobre) e em eletroeletrônicos, como televisores, computadores e celulares, mas também apresenta aplicações no mais diversos setores: automobilística, arquitetura, mecânica, construção civil, metalúrgica, objetos decorativos, bélica, mineração, construção naval e exploração petrolífera, entre outras.

Um dos usos do cobre é nos transformadores de potência, uma vez que transformadores de potência eficientes contam com enrolamentos de condutores de cobre de alta condutividade. Como regra geral, o grau de eficiência da energia elétrica aumenta com o aumento da quantidade de condutor de cobre utilizado. Isto significa que o cobre, quanto mais usado, permite que transformadores operem normalmente com capacidade de sobrecarga maior e, portanto, funcionem mais eficientemente. Além disso, ao operar em condições de resfriamento, apresentam uma vida útil mais longa.

O cobre também é de suma importância para promover a energia solar, uma vez que os canos feitos de cobre não se oxidam e nem permitem incrustações, além de ser um bom condutor de calor, possibilitando o aquecimento da água.

É um dos metais mais consumidos mundialmente, ultrapassado apenas pelo ferro e pelo alumínio.

Principais Produtores

Os maiores produtores de cobre do mundo são o Chile (34%), o Peru (8%), os Estados Unidos (7,5%) e a China (6%). O Brasil é o décimo quinto maior produtor de Minério de Cobre, com 1,4% da produção mundial.

As principais minas produtoras são:

No Chile, Chuquicamata, Escondida, Collahuasi,  e El Salavador (Índio Muerto)

Nos Estados Unidos, a de Bingham e Morenci

No Congo, KOV e T-17

Na Indonésia, Grasberg e Batu Hijau

Na Zâmbia, diversas minas

As principais empresas produtoras no mundo são: Codelco, BHP Billiton, Flaconbridge, Freeport McMoran, Newmont Mining, Phelps Dodge, Rio Tinto.

As principais minas no Brasil são: Mina do Sossego (Pará), Mina Chapada (Goiás) e a Mina Caraíba (Bahia)

As principais empresas produtoras no Brasil são: Vale (57%), Mineração Maracá (Yamana)

(25%), Mineração Caraíba (13%) e outras (5%).

Principais Consumidores

Consumo de cobre per capita no mundo:

Fonte: IBRAM – Anuário Mineral Brasileiro

Artigo elaborado pelos estudantes de geologia/UNICAMP sob a supervisão Prof. Dr. Armando Zaupa Remacre

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