Cid deixou claro que, diferentemente das especulações, não cogita sair do PDT (Foto: Fabiane de Paula)
As eleições de 2022 não saíram, definitivamente, como Cid Gomes (PDT) pretendia. Ele defendia a manutenção da aliança com o PT. Tinha a leitura de que a força de Lula e de Camilo Santana era imbatível no Ceará. Como havia disposição deles para apoiar o PDT para o Governo do Estado, com indicação de Izolda Cela, Cid achava ótimo negócio.
Ainda mais porque Izolda surgiu no grupo dele, foi lançada politicamente por ele em Sobral, projetada no âmbito estadual na administração dele. Perto de tomar posse como governadora, Izolda até declarou apoio em Ciro Gomes (PDT) para presidente, mas o irmão de Cid achou que não seria um palanque engajado pela candidatura dele como esperaria.
E bateu o pé
pela candidatura de Roberto Cláudio (PDT). Cid não quis brigar e se retraiu. O
senador disse publicamente que pensava em atuar no segundo turno pela
recomposição da aliança. Ser o bombeiro, ou o “cupido”, como afirmou. Deu tudo
errado.
Não teve segundo turno e Cid não precisou ser “cupido”. Não conseguiu se manter incólume. Pelo contrário, despertou ira dos aliados de Roberto Cláudio. A briga com Ciro ocorreu do mesmo jeito. O irmão mais velho não aceitou bem o fato de o senador não ter seguido a orientação dele. As relações não estão bem até hoje. Ciro disse que vai doer “até o último dos meus dias”, nas palavras dele. Este ano, a briga se estendeu ao prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT).
O resultado foi muito ruim para o grupo. O terceiro lugar na disputa pelo governo foi impactante. Ciro não conseguiu ser nem segundo colocado em nenhum município do Estado. Nem em Sobral, berço político do clã. Mesmo lá ficou atrás tanto de Lula quanto de Jair Bolsonaro (PL). Em 2018, assim como em 2002 e 1998, Ciro foi o campeão de votos no Estado. O resultado nacional também foi muito ruim. Cid entende que a estratégia falhou feio e se incomoda de os responsáveis não reconhecerem isso.
O grupo poderia hoje comandar o Estado, mas saiu muito enfraquecido e tremendamente dividido. Porém, o senador não está assistindo a isso parado e dá sinais de que se movimenta para recuperar influência e relevância. Ontem, disse publicamente que espera conquistar a presidência do PDT. O partido é liderado no Ceará por André Figueiredo há cerca de duas décadas. Ele tem força e respaldo do dirigente nacional Carlos Lupi — a ponto de estar na presidência nacional da sigla, enquanto Lupi está no Ministério de Lula. Não é uma operação simples. Cid citou isso para deixar claro que, diferentemente das especulações, não cogita sair do PDT.
Para
além do PDT
Porém, a articulação dele, Cid Gomes reconhece, não fica restrita ao PDT. Ele comentou o fato de o prefeito de Aracati, Bismarck Maia, ter saído do partido para se filiar ao Podemos. O senador informou que o movimento é, de fato, uma forma de o grupo ampliar a influência política e assumir o controle de outra agremiação.
Não
à toa o grupo Ferreira Gomes passou por muitos partidos. Eles não estão a
serviço dos planos da legenda, mas sim usam as legendas sob influência deles em
favor dos próprios objetivos.
A
questão é que o grupo nunca esteve tão dividido quanto agora. Cid sabe fazer
esse jogo de estratégia. Ciro mostrou que não. Pela ala cirista, talvez seja
Roberto Cláudio quem precisará assumir esse papel.
Publicado originalmente no Com informações portal O Povo +
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manifesta desejo de presidir partido
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