O bolsonarismo, a bancada evangélica e a extrema direita, tem se unido às grandes empresas de tecnologia para torpedear o projeto de lei 2630 (Foto: Reprodução/Google) |
O aplicativo teve a pachorra de clamar pela "liberdade de expressão" para defender o seu negócio, pedindo para os leitores pressionarem os parlamentares a votar contra o projeto. Eles querem continuar operando num ambiente onde tudo é permitido, inclusive cometer crimes, sem arcar com as consequências.
Não é por acaso que o bolsonarismo e seus agregados, a bancada evangélica e a extrema direita em geral, tenham se unido às grandes empresas de tecnologia para torpedear o projeto de lei 2630, cuja denominação oficial é Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. Essa turma sempre se apresenta melhor em um ambiente de esculacho, lacração e chutes na canela, onde gosta de exibir suas performances.
Para as big techs não importa se estão cometendo crimes em suas redes; se são usadas para organizar um pogrom, para um ataque às escolas, para preparar um golpe de Estado, ou para ensinar técnicas de automutilação ou de suicídio.
Se os cliques e o "engajamento" compensam, com as moedas tilintando, eles estão felizes e prontos para apontar o dedo acusador de "censura" a quem busca regular-lhes o funcionamento. Querem continuar se sobrepondo à autoridade de Estados soberanos, inclusive interferindo ilegalmente em eleições e plebiscitos.
O núcleo central do PL é basicamente estabelecer que as big techs serão corresponsáveis por impulsionarem conteúdos que promovam crimes; que terão de redobrar cuidados em momentos sensíveis (ataque às escolas, por exemplo) e a obrigação de publicar relatórios de riscos sistêmicos, de modo que se possa acompanhar se inovações embutem possíveis ameaças.
O
que se está exigindo com o PL 2630 é o mínimo necessário para uma convivência
civilizada, nos marcos da democracia e da liberdade de expressão, que inclui
responsabilizar-se pelos que se diz e o que se faz, principalmente quando esse
comportamento põe em risco a integridade física e a vida de outras pessoas.
Publicado
originalmente no portal O Povo +
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