As luzes da estátua, considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno, ficaram apagadas por uma hora (Foto: Reprodução/Twitter) |
A ação envolvendo a estátua, considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno, é uma iniciativa do Núcleo de Esporte e Fé do Santuário, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Observatório da Discriminação Racial no Futebol. As luzes ficaram apagadas entre as 18h e 19h desta segunda-feira (22/5).
O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, que administra o monumento, repudiou os ataques racistas e informou, por meio de nota, que o ato de apagar as luzes do ponto turístico mundialmente conhecido é um “símbolo da luta coletiva contra o racismo e em solidariedade ao jogador e a todos os que sofrem preconceito no mundo inteiro”. “O reitor do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, Padre Omar, lembra o que está escrito nas Sagradas Escrituras: ‘Somos todos criados à imagem e semelhança de Deus’”, completou o comunicado.
Nas redes sociais, Vini Jr agradeceu o apoio que tem recebido. “Preto e imponente. O Cristo Redentor ficou assim há pouco. Uma ação de solidariedade que me emociona. Mas quero, sobretudo, inspirar e trazer mais luz à nossa luta”, escreveu o jogador.
Durante jogo do Real Madrid contra o Valencia, no domingo (21/5), o brasileiro Vinicius Junior voltou a ser alvo de racismo no Campeonato Espanhol, promovido pela La Liga.
O camisa 20 foi chamado de “macaco” por torcedores no Valencia no Estádio Mestalla. A partida foi interrompida aos 24 minutos do segundo tempo pelo árbitro Ricardo de Burgos. Vinicius Junior partia pela esquerda, quando uma segunda bola entrou em campo e causou irritação dos madrilenhos. Os donos da casa não gostaram da reclamação e dispararam insultos preconceituosos contra o jovem brasileiro.
Inconformado,
Vinicius Junior começou a discutir com torcedores do Valencia. O técnico Carlo
Ancelotti tentou acalmar o brasileiro, mas não teve êxito. Envolvido em uma
confusão com o goleiro Mamardashvili na sequência da partida, o melhor jogador
do Real Madrid na temporada foi expulso com intervenção do VAR. O atacante
acertou a mão no rosto do georgiano.
Após o episódio, Vini Jr foi às redes sociais e criticou a Espanha pelo comportamento racista dos espanhóis. “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, lamentou.
Lula repudia racismo contra Vini Jr. e cobra providências
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou seu discurso no encerramento do G7, em Hiroshima, no Japão, falando sobre o ataque racista vivido pelo jogador Vini Jr. durante partida entre o Real Madrid e o Valencia, no estádio de Mestalla, na tarde deste domingo (21/5). O chefe do Executivo pediu para que “sérias providências” sejam tomadas para acabar com o racismo no futebol.
“Quero começar a entrevista fazendo um gesto de solidariedade ao jogador brasileiro, jovem, negro, que joga no Real Madrid, que no jogo no estádio do Valencia, foi fortemente atacado sendo chamado de macaco. Não é possível que quase no meio do século XXI a gente tenha o preconceito racial tomando força em vários estádios de futebol na Europa”, disse Lula.
No discurso, o presidente ressaltou que Vini Jr. é um dos melhores jogadores da atualidade e pediu para que a La Liga — liga espanhola de futebol profissional entre clubes da Espanha — tome alguma providência para frear ataques racistas. “Não é justo que um menino pobre, que venceu na vida, que está se tornando um dos melhores jogadores do mundo, do Real Madrid certamente ele é o melhor, seja ofendido em cada estádio que ele comparece”, discursou Lula.
“Eu penso que é importante que a Fifa, que a liga espanhola, que a liga de outros países, tome sérias providências, porque nós não podemos permitir que o fascismo tome conta, e o racismo, dentro dos estádios de futebol”, concluiu Lula.
Alckmin classifica como "inaceitável" ataque racista contra Vini Jr.
Presidente em exercício, Geraldo Alckmin classificou como "inaceitáveis" os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, durante partida no campeonato espanhol neste domingo (21/5).
Alckmin disse que o racismo precisa ser ativamente combatido e rechaçado "em todos os cantos do mundo". E manifestou seu apoio à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que anunciou ontem que a pasta e outros órgão do governo federal estão em contato com autoridades espanholas e com a La Liga, entidade responsável pelo campeonato espanhol, para tratar do ataque sofrido por Vini Jr.
“São inaceitáveis os ataques racistas sofridos por @vinijr durante o campeonato espanhol de futebol. O racismo deve ser combatido ativamente e rechaçado em todos os cantos do mundo. Todo o apoio à ministra @aniellefranco nas providências a serem tomadas”, escreveu o vice-presidente em sua conta no Twitter.
Itamaraty convoca embaixadora da Espanha para explicações sobre racismo
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) decidiu chamar, nesta segunda-feira (22/5), a embaixadora da Espanha no Brasil, María del Mar Fernández-Palacios, para consulta. As autoridades diplomáticas querem que ela dê explicações sobre o caso de racismo contra o jogador Vinicius Júnior, do Real Madrid. María será notificada da convocação nas próximas horas.
A convocação do embaixador ou embaixadora de um país é considerado uma forte reação diplomática. A próxima etapa, caso a situação não se resolva, pode ser a expulsão da representação diplomática.
O Brasil também pode declarar a direção da La Liga como persona non grata, o que impediria a entrada da equipe no país, além de ter jurisdição para vetar a transmissão de jogos espanhóis no Brasil, assim como a venda em território nacional de itens dos clubes.
Anielle cobra ações do governo espanhol sobre racismo contra Vini Jr.
Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (22/5), a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco comentou sobre o caso de racismo contra o jogador Vini Jr. Segundo ela, o governo está em contato com as autoridades espanholas e espera que ações sejam tomadas. "Não dá para ficar só em nota de repúdio", afirmou Anielle.
"Inadmissível, que, em 2023, a gente ainda tenha que estar aqui chamando a imprensa, em uma coletiva, falando sobre racismo. Enquanto tiver sangue correndo nas minhas veias, enquanto a gente estiver à frente desta pasta da Igualdade Racial, vamos cuidar do povo brasileiro preto, seja aqui, seja fora do país, porque se tem uma coisa que assola a nossa comunidade preta é o racismo", acrescentou a ministra.
Anielle disse que espera ter uma reunião com os representantes do La Liga, responsável pelo Campeonato Espanhol, e que haja punição dos atos cometidos contra o jogador brasileiro. "Estamos dispostos a eliminação do racismo, inclusive no esporte", pontuou. "O Vinicius tem sido xingado, ontem tomou um mata-leão. E a gente vê no Brasil, especificamente, como os casos de racismo se resolvem, infelizmente. E a gente não quer que isso chegue a uma escala muito maior que já chegou. Isso é um basta", emendou.
A ministra também comentou sobre o histórico de racismo no La Liga e a tentativa de revitimização contra Vini Jr. "O histórico da La Liga não é bom, é bem racista. Ontem mesmo, o próprio presidente, diretor, quis colocar o Vini como sendo culpado por ter vivido esse racismo. E a gente está aqui para enfrentar isso em conjunto, com muita seriedade e afinco", disse.
O Ministério da Igualdade Racial afirmou no domingo (21/5), que notificará autoridades espanholas e a La Liga, organização responsável pelo Campeonato Espanhol, por causa dos ataques racistas sofridos pelo atacante brasileiro Vinícius Júnior.
"Repudiamos mais uma agressão racista contra o Vini Jr. Notificaremos autoridades espanholas e a La Liga. O Governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui nem fora do Brasil! Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências", prometeu o Ministério em seu perfil no Twitter.
Silvio Almeida critica autoridades espanholas: "Silêncio conivente"
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, repudiou nesta segunda-feira (22/5) os ataques racistas sofridos pelo jogador do Real Madrid Vinicius Júnior em um estádio da Espanha ontem. Silvio apontou o "silêncio conivente com o racismo" das autoridades espanholas, das organizações do futebol europeu e de parte da imprensa. E classificou o ato como um grande problema político, que pode transbordar para fora dos estádios.
"É
importante que a gente saiba que isso não é um caso isolado. O Vini Jr. já foi
vítima de ofensas racistas em outras ocasiões, e me parece que as autoridades
espanholas, as organizações que tratam do futebol na Europa, a liga espanhola,
os patrocinadores, parte da imprensa, simplesmente se mostraram coniventes com
os atos racistas", declarou Silvio à imprensa.
Neste domingo (21), em uma partida contra o Valencia, o atleta brasileiro foi chamado de "macaco" por torcedores do time adversário após reclamar de um lance. O jogo chegou a ser paralisado e a torcida foi alertada duas vezes sobre os ataques racistas, que não cessaram. O caso gerou forte reação, inclusive no governo brasileiro.
"Essa violência racista contra o Vini Jr. demonstra que existe um problema muito maior, e que tende a se espalhar para muito além do campo e do estádio. Então, nós temos um problema político, de grande monta, o que justifica, inclusive, as manifestações por parte do Estado brasileiro", frisou Silvio Almeida.
O ministro destacou ainda que Vini é um dos maiores jogadores do mundo e que, ainda assim, sofre com casos de racismo. "Nós ficamos imaginando como é tratada a comunidade brasileira, como são tratados os outros negros e negras que estão na Europa, que estão na Espanha", comentou.
Segundo ele, as providências estão sendo lideradas pelo Ministério da Igualdade Racial. Silvio também criticou a Fifa, dizendo que a entidade não toma atitudes enérgicas contra casos de racismo no futebol há anos.
"Tem alguma coisa muito errada acontecendo na Europa, acontecendo no futebol europeu, em especial, e que eu acho que denota que coisas mais graves do ponto de vista das relações sociais estão acontecendo ali", enfatizou o ministro dos Direitos Humanos.
Flávio Dino cogita aplicar lei brasileira em caso de Vini Jr:
"Remédio extremo"
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino comentou nesta segunda-feira (22/5) que a pasta não descarta a possibilidade de tomar medidas jurídicas excepcionais caso não haja ação por parte da justiça espanhola sobre o caso de racismo vivenciado pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid.
Dino explicou que o Código Penal brasileiro prevê que, em algumas situações possíveis (como no caso de crimes contra brasileiros) pode existir a aplicação da lei brasileira, mesmo no exterior. O ministro diz tratar de um “remédio extremo” que pode ser necessário, mas que ele não acredita que ocorrerá.
A fala do ministro ocorreu durante o evento do Grupo de
Líderes Empresariais (Lide), fundado pelo ex-governador João Dória, em São
Paulo. Flávio Dino classificou o episódio sofrido pelo jogador no último
domingo (21/05) de “muito grave” e disse que o atleta sofre perseguição.
Com
informações portal Correio Braziliense
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