7 de abril de 2023

Ceará já atinge maior reserva hídrica em dez anos

O Açude Orós chegou a 4,7% no começo de 2020 e, agora, já se encontra com 56% (Foto: Reprodução/Cogerh)

A menos de dois meses para o fim da estação chuvosa, o Ceará acumula a maior reserva hídrica dos últimos dez anos. Segundo dados do Portal Hidrológico, gerenciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a média do volume de água nos 157 reservatórios monitorados pelo órgão atingiu 44,6% da capacidade na noite desta quinta-feira, 6. É a maior cota armazenada desde o dia 9 de janeiro de 2013, quando o índice era de 44,7%.

Desde o começo do período chuvoso, em 1º de fevereiro, os reservatórios cearenses receberam mais de 2,5 bilhões de metros cúbicos (m³) de água. O aporte seria suficiente para abastecer quase todos os 19 açudes da bacia do Banabuiú, a segunda maior do Estado, cuja capacidade é de 2,6 bilhões (m³). No total, as barragens podem armazenar 18,5 bilhões (m³). Atualmente, o volume acumulado é de 8,2 bilhões (m³). Em janeiro, último mês antes da estação chuvosa, a reserva chegava a 5,7 bilhões (m³).

Com o bom volume de chuvas registrado no primeiro trimestre do ano, dois terços das bacias hidrográficas do Ceará apresentam volumes de água acima de 50%. Dos 12 aglomerados de reservatórios espalhados por todas as regiões do Estado, oito estão nesta condição. Os outros quatro têm reservas que variam de 21,6% a 31,4% da capacidade. A bacia do Baixo Jaguaribe, a menor do Ceará, com volume máximo de 25 milhões (m³), atingiu 100% da cota. Em situação oposta, a bacia dos Sertões de Crateús, com capacidade para armazenar 411 milhões de (m³), registra o menor acumulado, cerca de 28,60%.

Além do recorde no volume hídrico, considerando a última década, o Ceará alcançou o maior número de açudes sangrando em 12 anos. Até esta quinta-feira, pelo menos 59 reservatórios verteram no Estado, conforme dados da Cogerh. Há, ainda, outras nove barragens na iminência de transbordar, com aportes acima de 90%. Na série histórica, a maior quantidade de açudes operando com capacidade máxima foi registrada em 2011, quando 111 reservatórios sangraram. Já em 1983 e 1993, nenhuma barragem chegou a 100% da capacidade.

Os bons indicadores hídricos no Estado são resultado das chuvas registradas desde o começo do ano. No primeiro trimestre de 2023, o Ceará acumulou 527 mm de precipitações, segundo o calendário de chuvas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O índice é 25% acima da normal climatológica do período e 6,8% superior ao mesmo trimestre do ano anterior.

O Açude Orós chegou a 2,1% no começo de 2018, continua recuperando volume e já supera a marca 27% (Foto: Reprodução/Cogerh)

Apesar das chuvas, 40 açudes cearenses estão com níveis abaixo de 30%, patamar classificado pela Cogerh como “estado de alerta”. Destes, sete operam no volume morto, com menos de 5% da capacidade. A situação mais preocupante é a do Açude Sousa, em Canindé, com apenas 0,74% de cota hídrica. O Açude do Cedro (0,74%), em Quixadá, e o Açude Salão (0,31%), em Canindé, também estão com níveis inferiores a 1%.

Com informações portal O Povo +


 

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