Açude Mamoeiro em Antonina do Norte superou a marca de 80% de sua capacidade (Foto: Reprodução/Facebook) |
É a primeira vez em dez anos que o Estado ultrapassa a marca de 40%, quando, no final de março de 2013, chegou aos 40,7%. Na época, porém, nenhum açude sangrava: dois reservavam mais de 90%, enquanto outros 70 estavam entre os 30% e 89%. Foi apenas no final de abril de 2013 que o Tijuquinha, em Baturité, transbordou. É o menor dos reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado.
Apesar da cifra semelhante entre 2013 e 2023, a diferença se dá no cenário de chuvas. O Ceará vem do melhor março — mês de maior volume médio de precipitação no Estado — em 15 anos. Em 2013, era segundo ano de uma seca que fez o volume percentual chegar a 6% no início de 2018.
O secretário executivo de Recursos Hídricos do Ceará (SRH), Ramon Rodrigues, define o cenário atual como "confortável". "A região que, nos últimos anos, vinha sendo a com menos aporte, nesta quadra começa a ganhar mais recarga. Hoje nós podemos dizer que a situação hídrica do Estado, para o abastecimento humano, é confortável. Ainda temos alguns municípios que precisam de mais atenção, mas no geral a situação é bem melhor do que nos últimos anos", explica.
"Esperamos que assim como no ano passado, todos os açudes da Região Metropolitana (de Fortaleza) atinjam 100% de suas capacidades, nos dando mais segurança para Fortaleza e a Região Metropolitana". Atualmente, a sub-bacia metropolitana tem 71,97% de carga, com 10 de 23 reservatórios com 100% da capacidade.
Atualmente, os maiores aportes, que vão entre quase 100 milhões de metros cúbicos (m³) a menos de 500 mi m³, no decorrer de 2023 são dos açudes Castanhão (Alto Santo), Orós (Orós), Banabuiú (Banabuiú), Araras (Varjota), São Pedro Timbaúba (Miraíma), Itaúna (Granja), Frios (Umirim), Patu (Senador Pompeu), Edson Queiroz (Santa Quitéria) e Caxitoré (Umirim). São os reservatórios que mais "pegaram água". A informação é do relatório diário da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), publicado no domingo, 2.
Vale destacar que esses açudes ainda não sangraram. O volume relativo ainda é menor em relação aos que já verteram, mas ainda apresentam bons números. O Castanhão, por exemplo, alcançou 24,91%, maior nível desde janeiro de 2015. O Orós atingiu os atuais 54,47% pela última vez em março de 2013, enquanto em Banabuiú o volume é de 24,65%, o que não acontecia desde novembro de 2013. São os três maiores do Ceará.
No caso do Castanhão, maior reservatório do Brasil, o volume estava em queda vertiginosa desde junho de 2011, quando registrou pela última vez aporte acima de 80%. Dois anos antes, em maio de 2009, ele tinha alcançado inéditos 97,58% para a série histórica do Portal Hidrológico. Foi somente em maio de 2018 — ou seja, no último ano da seca que estendia-se desde 2012 — que o açude começou a crescer, timidamente, na reserva hídrica. Ultrapassou os 10% de aporte apenas em abril de 2020.
O secretário Ramon também destaca que o Castanhão não precisou enviar água para Fortaleza no último ano, dado o bom aporte dos açudes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) em 2022. A expectativa é que, em 2023, os reservatórios mais próximos de Fortaleza e RMF continuem garantindo o abastecimento da região, poupando o desvio de águas do reservatório em Alto Santo.
O volume total dos açudes neste ano supera as marcas de 2022, que teve, então, a terceira melhor quadra chuvosa dos últimos dez anos. O balanço divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) na ocasião deu conta de que 2022 teve precipitações "em torno da média" e que o mês de março foi o mais chuvoso do quadrimestre.
Ressalta-se que para 2023 o prognóstico da Funceme é de 50% de chances de chuva acima da média entre fevereiro e abril. Há também 40% de chance de precipitações em torno da média e 10% abaixo da média. Em março, as chuvas foram acima do esperado em todas as 12 regiões hidrográficas do Estado.
Lista
atualizada dos 50 açudes sangrando no Ceará:
Acarape
do Meio
Acaraú
Acaraú
Mirim
Alto
Jaguaribe
Angicos
Aracoiaba
Arrebita
Banabuiú
Batente
Cachoeira
Caldeirões
Cauhipe
Coreaú
Curu
Diamantino
II
Do
Batalhão
Forquilha
Frios
Gameleira
Gangorra
Gerardo
Atimbone
Germinal
Itapajé
Itapebussu
Itaúna
Jatobá
Jenipapo
Junco
Litoral
Malcozinhado
Médio
Jaguaribe
Metropolitana
Missi
Mundaú
Muquém
Olho
dÁgua
Pacajus
Patos
Patu
Pesqueiro
Poço
Verde
Quandú
Quincoé
Riacho
do Sangue
Rosário
Salgado
Santo
Antônio de Aracatiaçu
São
José I
São
José II
São
Mateus
São
Pedro Timbaúba
São
Vicente
Sertões
de Crateús
Sobral
Sucesso
Tijuquinha
Trapiá
III
Tucunduba
Ubaldinho
Valério
Com informações portal O Povo Online
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